E se para sobrevivermos tivermos que evoluir como espécie
para abandonarmos o nosso planeta e viver em outro lugar do sistema solar? Titan, mais uma produção sci-fi da
Netflix, que conta com a estreia como diretor de longa-metragem, do cineasta
alemão Lennart Ruff. A produção, baseada em uma obra de Arash Amel (que assinou
os roteiros de Grace de Mônaco e Perseguição Implacável) possui um
roteiro com fortes argumentos ligados ao futuro da nossa humanidade mas que
escorrega em clichês e zonas de conforto deixando as conclusões dessa história
bem a quem do esperado.
Com lançamento direto na rede Netflix faz poucos dias, Titan conta a história do piloto da
força aérea norte americana Rick (Sam Worthington, da franquia Avatar) que é um dos selecionados para
um programa espacial com aval da Nasa e da Otan que consiste em enviar para Titã,
a segunda maior lua do sistema solar, maior até do que o planeta Mercúrio, um
grupo de pessoas/experimentos já que para sobreviverem em Titã precisarão
passar por uma mudança genética, uma
criação de uma nova espécie evolutiva em cima do DND Humana que conhecemos. Conforme
se avança, a esposa de Rick, Abi (Taylor Schilling, conhecida pelo ótimo
seriado Orange Is the New Black),
que é médica, começa a perceber que há algo de muito errado em toda essa
experiência.
O conflito entre ficar com a família ou ser um grande fator
para a evolução da humanidade em outro planeta contorna toda a trama, mesmo que
em alguns pontos bastante inconsistente. Tudo gira em torno do tal do
experimento, que vai se revelando ser nocivo conforme sabemos mais peças do
tabuleiro. Afinal, a Terra em 2050 passa por deveras dificuldades em manter as
naturalidades básicas de existência (crítica que se alinha a realidade, de
acordo com vários estudos sobre o desgaste natural provocado pela ganância dos
homens) e somente ir para outro lugar resolveria o problema das futuras
gerações.
Mesmo com o impossível sendo vistos pelos seus olhos, Rick nadando
dez vezes mais que Michael Phelps, tendo seu Dna misturado ao Dna de morcego e de
anfíbios o tornando, fisicamente, uma espécie de ‘cômicos e cônicos’ com Avatar, Abi busca de todas as formas
encontrar alguma solução para o que virou seu marido. Sempre em conflito com as
ideias absurdas do professor Martin Collingwood (Tom Wilkinson), líder da
experiência. Vendo a família de todos os outros participantes sendo destruídas
pelas reações ao projeto, a médica parte em busca de respostas, encontrando uma
série de absurdas decisões.
Mesclando um sci-fi com premissas interessantes mas por
vezes mal executadas em cenas e no roteiro, com um drama familiar sobre sacrifícios
para o bem da humanidade, Titan, também não deixa de ser um experimento da
Netflix para saber como alcançar um público que curte esse gênero emblemático
de décadas passadas.