Remake de um homônimo
conhecido filme de comédia do final dos anos 80 – com Goldie
Hawn, Kurt Russell e dirigido por Garry Marshall –
Overboard (2018) busca
atrair o público com algumas similaridades com o original,
invertendo os gêneros nos papéis de rico que vira pobre. Dessa vez,
com o comando do cineasta Rob Greenberg,
em seu primeiro longa-metragem para cinema após anos escrevendo
roteiros, o projeto conta com Anna Faris
e Eugenio Derbez nos
papéis principais. Em suma, uma filme feito para rir, busca uma
certa nostalgia de décadas passadas mas com bastante limitações
quando entram nos arcos dramáticos.
Na
trama, conhecemos a esforçada Kate (Anna Faris),
uma mãe solteira com três filhas para criar que sonha em terminar
seu curso de enfermagem. Entre um bico e outro, acaba indo prestar um
serviço no iate do megamilionário Leonardo (Eugenio
Derbez), com quem logo se
estranha e é bastante mal tratada. Alguns dias após esse choque,
Anna descobre via matéria de televisão que o mesmo Leonardo está
em um hospital desnorteado, pois perdeu a memória. Assim, por
incentivo de sua melhor amiga Theresa (Eva Longoria)
bola um plano para convencer Leonardo de que é sua esposa.
Diferente
um pouco do enredo da década de 80, essa versão de Overboard expõe
as dificuldades na mulher no mercado de trabalho, toda a dificuldade
da criação de filhos por mães solteiras. Os arcos são definidos
no melhor estilo feijão com arroz, o famoso roteiro de comédias
norte-americanas que já vem pré preparado. Tem momentos certeiros
quando se produz o riso fácil, muito por conta do bom ator mexicano
Eugenio Derbez (que cada vez mais busca seu lugar em hollywood) mas
existem momentos bem mais fracos com pouca inspiração,
principalmente nas partes dramáticas (que não são muitas, é
verdade).
O
Overboard de 2018 não tem o
charme nem o carisma da versão de 1987. É um enlatado hollywoodiano
com pitadas melodramáticas de novelão mexicano. Deve concorrer as
vagas da próxima seleção da sessão da tarde.