Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem,
mas não para a sua ambição. Um dos novos filmes na grade da Netflix, O Bom Sam
traça o paralelo, mesmo que de maneira bem superficial, entre a ambição e o
fazer o bem, nesse simpático filme que ao menos deixa uma mensagem importante
para quem quiser ler nas entrelinhas. Baseado na obra de Dete Meserve, e com direção de Kate
Melville (em sua segunda experiência em longas metragens), o projeto conta
com um elenco competente e desconhecido do grande público brasileiro.
Na trama, conhecemos a corajosa e persistente repórter Kate
(Tiya Sircar), que busca a todo dia
a melhor matéria para subir na sua concorrida carreira. Filha de um senador
norte americano, não desiste da luta em sair dos holofotes com matérias sobre
tragédias que beiram ao sensacionalismo. Sua grande chance chega de maneira inusitada,
quando fontes da emissora onde trabalha descobre um caso inicial de uma pessoa
que recebeu 100 mil dólares e ninguém sabe o paradeiro de quem deu essa bolada
de maneira gratuita. Assim, reunindo toda sua experiência e seu faro para
notícia, Kate embarca em uma jornada de descobertas que vai além de uma matéria
para a televisão.
Nada vem de graça, ou algumas coisas vem? A ambição toma
conta da maioria dos caminhos que navega o roteiro, o contraponto chega já em
seu clímax, buscando dar novos argumentos e em paralelos com ações simples do
dia a dia. A questão básica do acreditar no ser humano é colocada em cheque a
cada minuto, e as descobertas das verdades são feitas de maneira como vimos em
outros filmes, optando pelo bom e velho ‘água com açúcar’, oriundo e marca
preponderante de filmes da boa, velha e inesquecível sessão da tarde.
Fazer o bem é para poucos, investigar as verdades da vida é
uma missão para todos nós. O Bom Sam pode ter altas análises ou ficar na pura e
simples experiência de querer assistir a um filme e só.