Nunca despreze as pessoas deprimidas. Dirigido pelo ator e
também diretor francês Gilles Lellouche,
o profundo drama camuflado de comédia Um
Banho de Vida, fala sobre um grande mal dos últimos tempos de maneira leve
e com uma mensagem muito bonita de como podemos resistir as dores que nos
assolam. Usando uma modalidade esportiva como pano de
fundo, uma ótima sacada da equipe de roteiristas, o filme reúne grandes nomes
do cinema francês como: Mathieu Amalric,
Guillaume Canet, Benoît Poelvoorde,Virginie Efira e Jean-Hugues Anglade.
Na trama, conhecemos o desempregado Bertrand (Mathieu Amalric), um homem de idade já
quase avançada que não trabalha faz dois anos e vive desiludido e sem rumo
sendo sustentado por sua esposa. Certo dia, após ver um anúncio no quadro de
avisos da piscina onde frequenta resolve se cadastrar na equipe de nado
sincronizado masculina do local e lá acaba descobrindo outros homens
desiludidos e perdidos na vida, cada um com sua história, mas aos poucos o
protagonista percebe que aquela é uma chance de um certo recomeço não só para
ele mas para todos seus novos amigos.
Falar sobre os conflitos internos não é tarefa fácil para
nenhum roteiro. Como há várias portas para se abrirem, o projeto da seu jeito de
falar um pouco na superfície (de maneira geral) mas focado mais a fundo no seu
protagonista. Os diálogos são ótimos e aos poucos, mesmo com não muitas
informações, vamos descobrindo os porquês dos personagens que são iluminados
pelo carisma de tantos bons artistas franceses reunidos. Um dos recortes mais
profundos mas que fica um pouco de lado na história, é o da treinadora dessa
equipe de tristes almas, Delphina, interpretada pelo ótima Virginie Efira. Dentro desse 'consultório aquático', sem dúvidas, você vai rir em algumas cenas mas os
momentos de reflexão são maiores, transformando esse singelo filme em uma
pequena caixinhas de surpresas que fala sobre o poder que existe quando
descobrimos novas razões para nosso viver.
O filme, que estreia no Brasil na próxima 5ª (21.03), foi um
sucesso de bilheteria na França, ultrapassando a marca de 4 milhões de bilhetes
vendidos, além de 10 indicações ao prêmio César (o Oscar Francês) e também
participou do Festival de Cannes de 2018. É uma boa oportunidade para você
leitor conferir uma constelação de talentos e um filme que possui uma mensagem
bastante importante, principalmente para almas em conflito do lado de cá da
telona.