Porque o dinheiro vale tanto e a criatividade nada? Buscando
resgatar uma franquia de sucesso (na verdade um Spin-Off), o ótimo diretor F.
Gary Gray (O Vingador, A Negociação) teve a árdua missão de criar elementos
novos dentro de um universo já consagrado, correndo o sério risco de tudo dar
errado. Infelizmente é exatamente isso que acontece. Roteiro sem criatividade,
cenas que não empolgam e atores que não se encaixam nos seus papéis. Além
disso, por mais absurdo que pareça, falta muito carisma em cena, talvez, a
principal marca dos últimos três filmes desse universo MIB.
Na trama, conhecemos uma jovem (Tessa Thompson) que após um
acontecimento marcante quando criança, possui um único e objetivo quando
adulta: descobrir quem eram aqueles homens de terno e óculos escuros que com um
flash de luz apagaram as memórias recentes de seus pais após um acontecimento
alienígena na sua casa. A agência Homens de Preto agora é internacional,
cuidando de acontecimentos extraterraquios que acontece pelo mundo. Assim,
agora Agente M, precisará conhecer aos poucos todas as manhas desse trabalho, e
contará com a ajuda do experiente e muitas vezes atrapalhado Agente H (Chris
Hemsworth).
Sabem quando falta inspiração? Exatamente isso o que
acontece ao longo de todo o filme. Com linhas de diálogos sonolentas, contexto
absurdos, tiradas já vistas nos outros filmes da franquia encaixadas de modo
jogado, e piadas que muitas vezes não funcionam, o projeto vem se tornando mais
desinteressante a cada cena, correndo o risco de ser indicado por nossa memória
cinéfila, no fim do ano, como um dos piores trabalhos que foram exibidos nos
cinemas mundiais em 2019. Nem as cenas de ação funcionam, desperdiçando o
talento de Thompson e Hemsworth que vem de um grande sucesso recente no universo
Marvel como Valquíria e Thor, respectivamente.