Após anos desde o início da internet poucas gerações atrás,
e com o avanço na maneira instantânea em se comunicar de qualquer lugar através
de uso de dados, uma pergunta anda em nossas mentes frequentemente: eu estou
sendo manipulado? Justificando essa indagação, no final de julho passado, a
toda poderosa do streaming Netflix lançou o impactante documentário Privacidade
Hackeada, que fala antes de mais nada sobre o escândalo de papéis de ‘hackers’
da empresa britânica Cambridge Analytica em famosas campanhas políticas.
Cheio de arcos, tudo nesse ótimo documentário começa com David
Caroll, professor de design Nova Iorque, que traça uma grande jornada, cheia de
revelações e surpresas ao mover um processo contra a empresa Cambridge
Analytica para que ela devolva seus dados que o roubaram sem consentimento.
Assim, David embarca em uma investigação sobre os motivos que são roubados
dados das pessoas por determinadas empresas, e chega a nomes que desejam
cooperar, como Brittany Kaiser, que trabalhou em um alto cargo na Cambridge
Analytica e Christopher Wylie, um cientista de dados. A conclusão é no mínimo
aterrorizante.
Ao longo dos imperceptíveis 113 minutos de projeção, uma guerra
desumana é exposta a quem quiser ver, onde o usuário é a vítima, e um grande e
orquestrado jogo de manipulação é colocado à mesa, transformando
características e informações que o usuário coloca na rede em um retorno
manipulado através de vídeos ou links de acesso a determinado conteúdo, usando
técnicas de psicologia comportamental e marketing. Essa manipulação de mentes através
dos dados era possível principalmente através da coleta desses dados através da
principal plataforma de social media.
The Great Hack, no original, é um filme importante que
deveria ser obrigatório sua exibição em escolas e faculdades, além de debates
após as sessões sobre esse assunto. Não deixa de ser uma luta pela democracia
principalmente quando pensamos quantas pessoas podem ter sido manipuladas nas
últimas eleições norte americanas.