01/09/2019

Crítica do filme: 'Mussum, um Filme do Cacildis'


Como homenagear um dos grandes gênios do humor? Dirigido pela competente documentarista Susanna Lira, Mussum, um Filme do Cacildis, documentário que passou rapidamente pelo circuito brasileiro de exibição e hoje já deve estar em algumas das atuais plataformas de streamings, não deixa de ser antes de mais nada uma grande homenagem a um dos ícones não só do humor mas do cinema e da televisão quando pensamos não só em humor mas também em música. Ao longo de menos de 80 minutos de projeção, conhecemos um pouco sobre a personalidade e a vida de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o querido Mussum.

Vindo de família pobre, morador da rua são Francisco Xavier, sua mãe cozinhava nas casas dos ricos enquanto o jovem Antonio Carlos ia avançando na escola. Sua paixão pelo samba começou cedo e logo encontrou sua amada Estação Primeira da Mangueira. Assim, acabou encontrando sua primeira vocação para a música e através de curiosidades, talvez desconhecidas do grande público, conhecemos mais detalhadamente o grande sucesso de Mussum como músico, integrante do famoso grupo Os Originais do Samba. Mas a vida lhe reservaria um novo capítulo que o deixaria conhecido de maneira que ultrapassaria gerações. Através do amigo Dedé Santana, entra como integrante dos Trapalhões grupo que revolucionou a forma de fazer humor na teledramaturgia brasileira, além de ter sete dos 50 maiores sucessos de bilheteria, até hoje, do cinema nacional.

Pai rígido com a educação de seus 5 filhos de diferentes 5 mulheres, a vida pessoal de Mussum não é avançada rumo a um apanhado mais profundo, o que abre brecha para tocar em um assunto importante e sempre atual que é sobre o preconceito contra os negros e a forma como Mussum lidava com isso na vida real. Um dos poucos rostos famosos e conhecidos nacionalmente negros na sua época auge, quebrou preconceitos para chegar a um lugar especial no coração de todo mundo que gosta de uma boa risada.