19/10/2019

Crítica do filme: 'Projeto Gemini'


A igualdade dos clones e também a mesmice dos mesmos tipos de roteiro. Dirigido pelo genial Ang Lee, Projeto Gemini gerou bastante expectativa para todos que amam cinema. Primeiro um diretor renomado que explora os detalhes de maneira instigante durante toda sua carreira, segundo um protagonista competente e experiente em ‘filmes grandões’ (também conhecidos por blockbusters), terceiro a maneira como fora filmado com inovações e novas técnicas. Mas nada disso adianta se não há inspiração nas palavras que compõe todas as linhas desse sonolento e pouco criativo roteiro. Em vez de ir a fundo em assuntos polêmicos como a clonagem, prefere o simples, a superfície se tornando um filme comum que em breve deve estar na telinha da Tela Quente.

Na trama, conhecemos o melhor assassino do mundo, Henry Brogan (Will Smith), um homem sem família nem laços, que após pedir aposentadoria de sua profissional pouco convencional acaba se envolvendo em uma trama cheio de mentiras e novas descobertas surpreendentes. Quando vira alvo da agência que o contratou durante anos, descobre que o homem enviado para lhe matar é alguém bem mas bem mesmo parecido com ele.

Quando fechamos os olhos, após assistir a esse filme, imaginamos diversos outros filmes de ação parecidos que nem lembrávamos mais. É o mal do século, ficar na mesmice para agradar, seguindo sempre as mesmas regras e correndo desesperadamente da originalidade ou pelo menos de uma fuga instantânea, uma janela de frescor nova em relação as subtramas contidas em um filme. Projeto Gemini, peca demais no roteiro, em coadjuvantes caricatos e apagados (Mary Elizabeth Winstead, fisicamente quase uma clone de Marjorie Estiano, e principalmente Clive Owen correndo sério risco de ser indicado ao próximo framboesa de ouro) e uma direção badalada mas pouco eficaz.

Lá pro terceiro arco o filme parece que vai pegar no tranco mas é apenas uma impressão, a oportunidade de virada acontece no encontro dos Smiths mas não é aproveitado, principalmente pelo constante barulho de bala, cenas de luta e destruições de todo o cenário. Mais um filme esse ano com o selo rivotril.