Desfecho morno para uma saga campeã de bilheteria. Com o
sucesso do primeiro capítulo, líder de bilheteria durante semanas no Brasil e
no mundo, gerou-se muita expectativa para o capítulo conclusivo da saga do
grupo de jovens que luta contra o palhaço assassino. Enfim, o Capítulo dois
chegou aos cinemas e nele podemos notar que o desfecho triunfal que poderia
acontecer apenas se torna trivial sendo imensamente inferior, como filme, do
que a primeira parte.
Baseado na obra do rei do suspense Stephen King, IT – Capítulo
Dois nos leva de volta a mesma cidadezinha, agora vinte e sete anos depois
dos eventos que chocaram os adolescentes no primeiro filme. Agora mais velhos,
não mantiveram contato durante esse hiato mas perceberam a necessidade de se
reunirem novamente por Pennywise voltou a atacar e somente o Clube dos
Perdedores, como o grupo era conhecido, sabe como combater esse mal.
Com um orçamento que beirou aos 80 milhões de dólares e um
elenco recheado de nomes conhecidos como Jessica
Chastain e James McAvoy, esse
novo capítulo embarca em explicações mais detalhadas do passado do palhaço e
como a mudança no modo de pensar do grupo de amigos pode ser fundamental para
poderem enfrentar seus medos e assim derrotar Pennywise. A estrutura emocional
é marcante nos personagens logo nos primeiros arcos, como fora a vida de cada
um se completa nas razões do esquecer o que passaram para se tornarem quem eles
são. Essa representatividade é interessante como contexto para entender a
função de cada um deles no grupo.
Com quase três horas de filme, o roteiro se arrasta em
muitos momentos, consegue caminhar pela profundidade dos detalhes de maneira
lenta, cheio de simbolismos que acabam não sendo explicados o que afasta a
interação. Quando volta a superfície e a ação propriamente dita, o filme ganha
mais forma, pois muita coisa já tinha sido explicada. Para quem viu o primeiro
filme, sentirá falta de ritmo e pode não se contentar com o desfecho pouco
inspirado.