O desconhecido mundo da mente humana. Disponível
recentemente no catálogo da Netflix, Fratura
é uma jornada em volta da consciência em um roteiro que esconde suas surpresas
até os últimos minutos do arco final com bastante portas a se abrirem mas que
acabam deixando o desfecho mais confuso por algumas pequenas falhas no roteiro.
Dirigido pelo cineasta Brad Anderson
(O Operário, Expresso Transiberiano),
Fratura abusa do clímax, em um plot
twist confuso onde o espectador precisa ficar atento aos detalhes. Quem curte filmes de suspense, essa fita estrelada
pelo eterno Avatar Sam Worthington
pode até agradar.
Na trama, conhecemos Ray, um pai de família que está
voltando da casa de seus sogros com a esposa e a única filha. Após uma pequena
discussão, que mostra que o relacionamento de marido e mulher está em alta
crise, eles resolvem parar em lugar no meio da estrada onde acontece um
acidente em que se machucam o pai e a filha do casal. Correndo ao primeiro
hospital mais próximo, chegam lá e várias coisas estranhas começam a acontecer
quando a mulher e sua filha somem.
O clima instaurado em Fratura é interessante, personagens ambíguos,
muito giro de câmera para buscar nossa atenção aos detalhes, mas isso tudo é
uma técnica para tentar confundir e deixar o cenário final pronto para nos
surpreendemos, ou não, sobre o que realmente relata uma história. Os suspenses psicológicos,
em sua maioria, buscam uma certa originalidade, mas possuem várias
características em comum, principalmente a elevação do tempo de clímax na tela,
o que pode ser visto como uma coisa positiva quando roteiro está redondo, o que
não é o caso desse. A falta de profundidade dos personagens atrapalha, o foco
do relação entre marido e mulher deveria ter sido mais amplo para podermos
caminhar com mais ferramentas lógicas para entendermos tudo que estava por vir
pela frente.