12/12/2019

Crítica do filme: 'História de um Casamento'


O fio que nunca acaba de uma história passa sempre pelo amor que segue uma trajetória. Abrindo as portas de um relacionamento de altos e baixos ligado a artes, amizade, família e a educação de um filho pequeno, o excelente cineasta Noah Baumbach (dos ótimos A Lula e a Baleia e Frances Ha) escreve e dirige esse retrato de um iminente divórcio definitivo, todos os seus ciclos e conflitos interpretados pelos excelentes Scarlett Johansson e Adam Driver. Produzido e atualmente no catálogo da Netflix, o projeto é bastante parecido com o filme A História de Nós Dois (onde eu descobri o quão ótimo é o Bruce Willis atuando).

Filmes com mais indicações ao Globo de Ouro 2020, 6, e prováveis indicações ao próximo Oscar, História de um Casamento conta a vida de Nicole (Scarlett Johansson) e Charlie (Adam Driver), um casal que vive seus dias agitados em Nova Iorque entre um espetáculo e outro, já que ambos trabalham em uma companhia de teatro onde a primeira é a atriz protagonista das peças e o segundo o diretor. O casal possui um filho que é muito amado por ambos. Quando Nicole recebe uma oferta irrecusável de trabalho em Los Angeles (lugar bem distante de NY), o casamento afunda em uma crise sem retorno. Alguns meses se passam, Nicole se estabelece em Los Angeles e a luta dos dois agora é pelos acordos do divórcio que se submetem.

É muito bem definido no roteiro de Baumbach o misto de óticas que acompanham os personagens, seus medos são expostos através de lembranças de momentos felizes além das incertezas de como seguir em frente sem quebrar laços que se construíram de maneira regada pelo amor. A imaturidade, que todo o casal possui em algumas questões, se aflora nessa fita deixando o lado jurídico ganhar força quando poderiam eles mesmo tentarem se resolver. A batalha jurídica é bastante franca, onde novos adjetivos para personalidades são jogados a mesa, sempre envoltos na questão da guarda do filho.

As atuações são ótimas. Johansson e Driver possuem uma química impressionante e superficialmente podemos afirmar que é o que segura o filme nos longos 136 minutos. Há uma busca pela originalidade, essa assunto de separação é bastante abordado ano após ano no cinema, encosta em certo ponto com outros filmes do gênero, não conseguindo ser tão original como pretendia ser. De qualquer forma, é um bom trabalho que merece ser visto.