As entrelinhas do fanatismo religioso aos olhos da
imaturidade. Exibido na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, no
Festival do RJ 2019, e vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de
Cannes do ano que passou, O Jovem Ahmed
é um recorte moderno sobre as influências que temos em nossa vida fazendo um
grande ponto de interrogação sobre questões existenciais sobre origens e
tradições. Extremamente moderno, importante e bem objetivo, os irmãos Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne
brindam os cinéfilos com mais um interessante retrato cultural na Europa.
Na trama, conhecemos o jovem e bastante recluso Ahmed (Idir Ben Addi) um jovem de menos de 15
anos que vive com sua família na Bélgica e respeita as tradições de sua
religião muçulmana. A questão do filme chega na questão das interpretações da
religião que escolheu, fruto de preenchimento conservadores de um primo
extremista o que o faz entrar em conflito com sua mãe e principalmente sua
professora.
As ações e reações através de uma verdade inexistente. A
questão religiosa, fruto de todo o plano de fundo da trajetória de Ahmed é o epicentro
da imaturidade e até que ponto a influência negativa leva um jovem a cometer
atos e pensamentos terríveis em ‘defesa’ de uma ideia de conflitos. Podendo
acontecer em qualquer lugar do mundo e a todo instante, enxergamos a dor da
professora e da família de Ahmed e os conflitos que se seguem. Exemplificando
muito bem as consequências do ato de Ahmed, dentro de um roteiro reto e objetivo,
somos testemunhas dos argumentos de mudança na mente imatura de um jovem sem
vivência.
Por fim, vale a pena comentar. Que bom que existem
distribuidoras aqui no Brasil como a Imovision que sempre lança filmes europeus
de qualidade. Que as salas de cinema brasileiras cada vez mais abram seus
leques de escolhas para filmes que nos fazem pensar.