Em uma estrada com apenas dois caminhos, você precisa
escolher o seu lado. Escrito e dirigido pelo cineasta sul-coreano Hoon-jung Park, New World, Sinsegye no
original, é mais um daqueles interessantes roteiros sul-coreanos cheio de
reviravoltas que deixa o espectador sempre com os olhos atentos ao que acontece
a cada cena. Com muitas cenas de ação e bastante sangue, à la Tarantino, o projeto navega na onda da
ganância pessoal e no instinto de sobrevivência como alicerce de uma
personalidade consumida por emoções divididas. O protagonista é enigmático e
leva as consequências de suas escolhas até o último frame. Mesmo com alguns
pequenos deslizes e alguns arcos um pouco mal construídos, esse é mais um
impactante trabalho sul coreano pro mundo da sétima arte.
Na trama, acompanhamos a história de Ja-sung (Jung-jae Lee), um agente infiltrado da
polícia que está sob disfarce faz quase uma década e enfim consegue o objetivo
que queria juntamente com a única pessoa que sabe que ele está disfarçado, o chefe
de polícia Kang (Min-sik Choi).
Dentro de uma operação chamada Novo Mundo que mexe com os poderosos submundos
dos sindicatos na Coreia do Sul, Ja-sung precisará agora escolher se segue em
frente e completa o objetivo, pesando o fato de ele estar com um filho a
caminho e o fato de o medo sempre o pairar em ser descoberto. Assim, se
envolvendo em uma série de situações explosivas sucessivas, a escolha será
feita.
De tão mirabolante o roteiro as vezes se perde, exatamente
pelas idas e vindas no roteiro já no seu arco final o que deixa o público sem
amplitude para suas perspectivas. As peças se embaralham muito rápido nesse
filme que possui um ritmo eletrizante em alguns momentos, além de cenas de luta
muito bem coreografadas. Quando conseguimos nos entender com a história e
montar grande parte do quebra-cabeça o filme cresce aos nossos olhos, ainda
deixando brechas para futuras surpresas que viriam.
Não é de hoje que a Coreia do Sul é um dos pilares de
qualidade do cinema mundial. Impressiona a cada ano. Mesmo quando buscamos
resgatar filmes de anos passados (como é esse o caso), já que poucos filmes
coreanos chegam ao nosso circuito exibidor (esperamos que isso mude em breve!
Alô distribuidoras!), somos surpreendidos com filmes de impacto.