As ideias e as engenhocas da liberdade. Transformando em
cinema a história do livro Escape from
Pretoria de Tim Jenkin, o
cineasta britânico Francis Annan
apresenta uma mirabolante fuga de uma prisão na África do Sul no epicentro do
Apartheid em 1979. O projeto navega em um roteiro nada mirabolante que usa de
artifícios/técnicas cinematográficas para gerar alguma força nas cenas que
acompanhamos. É o típico caso de uma história mas um filme nem tão bom assim.
Fora que acaba caindo em comparação com referências a outros tantos ótimos
filmes de ‘fuga de prisão’, onde está bem abaixo. Um esforçado Daniel Radcliffe (cada vez mais
distante do bruxinho que o tornou famoso) busca ser a mola propulsora para o
filme ganhar ritmo e força nas cenas, consegue em partes.
Na trama, acompanhamos a África do Sul no epicentro do
Apartheid no final da década de 70, onde muitos lutavam pelo término desse
regime de separação racial. Dentro desse contexto, conhecemos Tim (Daniel Radcliffe) e Stephen (Daniel Webber), dois amigos que se
associam na luta contra o governo mas acabam sendo presos e enviados a uma
prisão de segurança máxima em Pretória. Dentro da prisão, tentando não
enlouquecer, Tim cria um mirabolante plano que consiste em criar com pedaços de
madeiras os moldes de todas as portas da prisão e assim possibilitar uma grande
fuga.
Há uma falta de profundidade evidente na composição dos
personagens coadjuvantes. O que leva o peso todo para o protagonista
interpretado por Radcliffe. As ações passam a todo instante por ele e seu
instinto de liberdade desde o primeiro dia na prisão. Ao não focar um pouco no
lado de fora da prisão, coisa que com certeza a obra em que foi baseada o
roteiro menciona, a história como um todo perde força. Por mais que o desejo de
liberdade seja evidente, as subtramas que compõe esse desejo desaparecem em
meio as forçadas tentativas de clímax e uma trilha envolvente a cada colocada
de chave nos buracos de fechaduras.
De qualquer forma, esse filme que acabara sendo lançado em
alguns países no início da pandemia do coronavírus e acabou atrapalhando sua
carreira nas janelas de exibição não é um trabalho esquecível, principalmente
quando paramos para pensar sobre a origem de sua história, a época do apartheid
Acredito que professores possam usar esse filme para falar sobre esse
importante tema da história da humanidade.