Um destino traçado é uma adaga no coração de quem quer
respirar ares de liberdade e realizar suas próprias escolhas. Indicado ao
último Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro pela Suíça, e lançado
pelo streaming em diversos países (incluindo o Brasil por meio da Netflix), O Despertar de Motti conta as sequentes
confusões de um jovem universitário que em busca de sua felicidade, resolve ir
contra tudo que aprendeu com sua família, principalmente o casamento arranjado.
Delicado e com ótimo tempo de comédia, o longa-metragem dirigido pelo cineasta suíço
Michael Steiner é uma grande aula
sobre tradições. Um ótimo achado no catálogo da toda poderosa do streaming (que
deve estar lucrando horrores nesses tempos de coronavírus).
Na trama, conhecemos o tímido Motti Wolkenbruch (Joel Basman), um jovem exemplar que se
dedica à faculdade de economia de tarde e pela manhã ajuda seu pai na
contabilidade da empresa da família. De família Judia Ortodoxa, enfrenta o
maior obstáculo da vida quando se apaixona por Laura (Noémie Schmidt), uma colega de faculdade que não é Judia Ortodoxa e
isso deixará sua mãe e família com a pulga atrás da orelha. Mas Motti, movido
por esse sentimento tão grandioso que temos como o amor, quer navegar e ser
comandante de seu próprio destino, nada arranjado.
Em 94 minutos de filme somos testemunhas de uma grande transformação
que passa o protagonista. No início tímido e com aspectos de fraquezas nas
escolhas que passam pela sua frente, se torna um corajoso jovem em busca de uma
felicidade que lhe faça se sentir bem e feliz. O conflito religioso/costumes é
visto em vários filmes, de diversas formas, ano após ano e praticamente sobre
todas as religiões e tradições que andam por esse nosso mundo. O que faz
acontecer o destaque, nos bons filmes que abordam o tema, é ter uma personalidade
própria e personagens carismáticos. Exatamente o que ocorre com essa fita.