09/04/2020

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Crítica do filme: 'O Declínio'


A responsabilidade de todos é o único caminho para a sobrevivência. Disponível no catálogo da Netflix desde o finalzinho de março desse ano, O Declínio conta de maneira desapiedada a falta de limites da filáucia humana quando se enxerga em uma situação inquietante, onde cada escolha é vital. Ao longo dos intensos 83 minutos de projeção, somos colocados como testemunhas de até onde o ser humano pode ir para defender seu ponto de vista, flertando a todo instante com empáfia. A direção é do cineasta Patrice Laliberté, que debuta na posição nesse interessante projeto.

Na trama, conhecemos Antoine (Guillaume Laurin) um pai de família que logo percebemos é um aficionado em proteção e muito fã de um youtuber que fala sobre táticas de sobrevivências caso o mundo entre em parafuso por qualquer motivo. Querendo ir mais a fundo nesses ensinamos, que vão desde o manuseio de armas e armadilhas, até como estocar arroz por 20 anos, o protagonismo resolve ir ao treinamento pessoal desse youtuber, que é em uma área isolada cheia de neve no interior de Quebec. Chegando lá, ele e mais alguns alunos precisarão enfrentar uns aos outros quando, após uma aula de explosivos, um deles acaba morrendo acidentalmente. Sem saberem o que fazer, se chamam a polícia ou não, a loucura toma conta do lugar.

Tudo é muito rápido até se chegar ao clímax. De maneira bem objetiva e deixando rastros de sangue em muitas cenas, a trama se desenvolve com arcos curtos e que se blindam pelas inconsequências do instinto de sobrevivência que é instaurado. É quase como se o feitiço virasse contra o feiticeiro, pois, esse último, nunca pensou ou concluiu uma análise mais completa sobre a mente humana e como ela reage em determinadas situações extremas. O jogo de gato e rato se desenvolve quando as escolhas já estão feitas, o bem contra o mal? Talvez, mas cada um precisa chegar na sua conclusão. Uma fita interessante, para se pensar na sociedade e em tempos como o do coronavírus e todo o egoísmo que ainda vemos, principalmente dos que insistem em fugir de uma necessária quarentena.