13/04/2020

Crítica do filme: 'Um Amor, Mil Casamentos'


Algumas reviravoltas que matam a experiência do espectador. Um Amor, Mil Casamentos, novo filme no catálogo da Netflix nesses tempos de pandemia tanta causar riso adotando a fórmula de Morte no Funeral (o original principalmente) mas que se perde totalmente após uma inusitada rebobinada que joga fora toda o primeiro arco. A partir daí tudo se desmonta e contamos os minutos acabarem lentamente como um grande sofrimento que nossos olhos estão sendo testemunhas. Dirigido pelo cineasta britânico Dean Craig (roteirista de Morte no Funeral), o filme bate na tecla da repetição e dos clichês se tornando mais um filme esquecível.

Na trama, conhecemos Jack (Sam Claflin) um jovem engenheiro estrutural beirando aos 30 anos que durante uma passagem pela Itália para visitar sua irmã, acaba conhecendo Dina (Olivia Munn) e se apaixona mas a despedida deles não foi como a esperada. Anos mais tarde, o protagonista está de volta à Itália para, agora, o casamento da irmã e tem a chance de reencontrar esse provável amor, só que outras subtramas e outros excêntricos personagens aparecerão para transformar tudo em uma grande confusão. O filme conta com uma peculiar rebobinada que mexe bastante nos rumos de todos.
 
Será que o sonho de todo roteirista é driblar os clichês e analogias óbvias com outros filmes? Acredito que não, porque, como todos sabem, cinema é uma indústria e agradar a parte do público com risadinhas e momentos tragicômicos limitados acaba virando receita de bolo de muitas produções ao longo de todos os anos. Em Um Amor, Mil Casamentos o filme começa de uma forma e seu desenrolar se perde completamente deixando claro e evidente a falta de carisma dos personagens e muita falta de força cênica. Tudo é extremamente forçado, com ritmo descontrolado munidos de caras e expressões de espanto/cômicas.

Sem pretensão em tentar ser um bom filme a mais do que um tipo de público, as limitações são migalhas reunidas desde o primeiro minutos até o sonolento desfecho. Abordar ações e consequências em ‘estradas’ diferentes são para poucos, talvez se adotassem a fórmula do ponto de vista seria mais certeiro. Fora que, em minutos momentos parece uma cópia muito mal feita de Morte no Funeral. Isso incomoda que pesca as referências.