Como conseguir ritmo e cenas com mensagens dentro de um caos
camuflado de clichês? Mal ranqueado no imdb (fato que influenciam alguns
cinéfilos) o filme francês A Volta por
Cima é um baita achado para quem gosta de se divertir e perceber profundidade
sociais características dos novos tempos nas entrelinhas. Escrito e dirigido
pela dupla Remy Four e Julien War o projeto consegue tirar
risos das situações menos inusitadas possíveis e com emblemáticos pontos quando
pensamos na trajetória e inconsequências dos personagens principais.
Na trama, conhecemos, Jonathan (Jérôme Niel) e Pierre (Ludovik
Day), dois amigos de longa data, bem sucedidos que descobrem uma
comemoração da turma que estudaram quando criança e sofriam bastante bullying.
Agora de bem com a vida, resolvem ir até esse encontro para se gabarem de seu
presente mas acabam esquecendo que surpresas podem ocorrer quando se há um
reencontro depois de muito tempo e obviamente nada sai como o esperado deixando
a dupla em situações onde precisarão tomar decisões rápidas para se sentirem
bem.
Todo o entorno do esqueleto do roteiro de A Volta por Cima já foi visto e revisto
diversas vezes em muitos outros filmes, europeus ou não. A questão do bullying,
a questão do ‘antes e depois’, reunião de amigos da escola, etc. A fórmula
nesse caso funciona bem por conta da trivial profundidade que se dá através dos
atos dos protagonistas e de tudo que acaba girando ao redor dessas atitudes.
Assim como muitos do lado de cá da telona, Jonathan e Pierre através do seu
esforço e dedicação, buscam uma certa vingança pelo sofrimento e traumas do
passado mas acabam entrando em uma jornada onde esquecem um pouco quem são, e
somente mais pra frente, ficam em conflito quando vestem de vez a camisa do que
são como pessoa.
Lançado em agosto do ano passado na Netflix, esse pequeno
tesouro está escondido na poderosa do streaming. Se você quiser se divertir,
não perca seu tempo e assista a esse filme, um filme com alta sensibilidade camuflado
de pipocão.