As escolhas que temos em nossas vidas. Exibido no TIFF
(Festival de Cinema de Toronto), dois anos atrás, e indicado, no mesmo ano, ao
Oscar de Melhor filme estrangeiro pela Finlândia, Stupid Young Heart é um profundo retrato sobre a adolescência
quando um casal de jovens precisa definir seus futuros com uma gravidez não
programada. Intenso e mostrando muitas verdades contidas por aí, o filme ainda
aborda a questão da imaturidade, da política e do preconceito em uma parte da Europa
gelada e muitas vezes inconsequente. A boa direção fica a cargo da competente
cineasta finlandesa Selma Vilhunen,
indicada ao Oscar no ano de 2014 na categoria de Melhor Curta-metragem pelo
filme Pitääkö mun kaikki hoitaa? .
Hölmö nuori sydän,
no original, conta a história de Lenni (Jere
Ristseppä) e Kiira (Rosa Honkonen)
um casal de jovens que com pouco tempo de um quase relacionamento precisam
enfrentar as dificuldades e desafios de uma gravidez. Com movimentos maduros de
ritmos completamente diferente, o primeiro acaba muito confuso, com péssimas
amizades e busca conhecer um mundo que não conhece mostrando ser influenciado
ao extremo por extremistas preconceituosos. A segunda precisa
encarar tudo de forma corajosa, sendo duas forças segurando as batalhas que
enfrenta durante a gravidez.
Lenni parece que não rompeu o rito de passagem para a
aceleração da maturidade pela gravidez da namorada, ainda vive como se nada
tivesse acontecendo e acaba sendo levado a um extremismo oriundo de sua falta
de boas amizades e de maturidade. Os pais do casal parecem estar alheios aos
sofrimentos, o foco é total nas escolhas e nas portas que abrem os jovens que
em poucas situações parecem estar na mesma sintonia. O estalo, gatilho, para
Lenni não é eminente, o personagem passa por uma grande transformação até
encontrar um equilíbrio entre suas diferentes escolhas e suas emoções, há uma
cena emblemática no desfecho, ao lado do vizinho imigrante mais velho com que
briga durante todo o filme.
Política, complicações na adolescência, grupos extremistas,
falando um pouquinho sobre tudo, o roteiro por Kirsikka Saari consegue ir um pouco além da superfície nos guiando
em um projeto recheado de entrelinhas que mostram um pouco de uma parte da Europa
fria atual e uma visão bastante impactante dos jovens e suas relações de
amizade e influência. Um bom filme.