Acreditar ou não? Com simples elementos, força na fotografia
e uma objetividade perspicaz, o longa-metragem de estreia do cineasta e
roteirista Edward A. Palmer, Hippopotamus no original, é um
thriller, uma espécie de suspense cheio de camadas onde o espectador enxerga o jogo
mental criado pelos olhos de uma frágil personagem com sérios problemas de
memórias. Na fronteira entre média e longa, em pouco menos de 80 minutos de
projeção, assistimos a essa ‘peça filmada’ com muita atenção aos detalhes que
vão aparecendo a cada novo avanço da protagonista.
Na trama, conhecemos Ruby (Ingvild Deila), uma jovem que acorda em um cativeiro com poucos
elementos dentro dele, somente uma cadeira, duas imagens desenhadas e sua bolsa
com os pertences. Suas pernas estão imobilizadas e sem poderem se mexer. Quando
tentamos entender o que acontece surge Tom (Stuart Mortimer) e um jogo psicológico é instaurado onde acreditar
ou não será uma tarefa árdua para Ruby.
A construção dos simples arcos nos levam a um desfecho cheio
de reviravoltas e com muita tensão. Os méritos do diretor vem exatamente nesse
ponto: o do clima da tensão. Nos sentimos aflitos a todo instante buscando
respostas sobre o que seria aquela inusitada situação vivida por uma perdida
personagem que aos poucos começa a se desenvolver de maneira impactante na
telona.
Exibido em alguns festivais online desse ano, como o
Brasilia International Film Festival que ocorreu em abril, esse projeto
britânico vai surpreender a muita gente que conseguir assistí-lo.