As várias faces de uma vingança. Dirigido pela cineasta
norte-americana Reed Morano (diretora
também do pouco falado no Brasil I Think
We're Alone Now), The Rhythm Section,
no original, é um profundo drama sobre uma jovem que tem seu destino mudado
após uma tragédia. A questão da vingança é um ponto chave para tentar se
conectar com o filme de alguma forma, pois, por ter um roteiro extremamente
denso a personagem vira uma incógnita incompreensível. O filme parece um carro
super potente com o freio de mão puxado. A ação imposta não se conecta com o
drama proposto.
Com um orçamento que beirou aos 50 milhões de dólares e baseado
no livro homônimo escrito por Mark Burnell (também quem assina o roteiro do
projeto), O Ritmo da Vingança nos
apresenta a jovem Stephanie Patrick (Blake
Lively) que vê sua rotina mudar em poucos anos com o falecimento de toda
sua família em um trágico incidente aéreo. Anos se passam e com a vida acabada
e sem rumo, ela é procurado por um Keith Proctor (Raza Jaffrey) um jornalista que possui provas de que o acidente de
sua família na verdade foi um assassinato/atentado. Assim, reunindo forças de
ontem não tem e buscando novas habilidades, Stephanie vai atrás de quem cometeu
esse crime.
O drama funciona melhor do que a ação. Com um tabuleiro
complicado de enxergar e peças pouco explicadas, o filme segue em ritmo
alucinante mesmo não completando as explicações/motivos dos personagens.
Apressado e intenso, deixa a função de levar o filme nas costas para uma forte
personagem interpretada por Blake Lively,
uma atriz competente, que não faz muitos filmes e sempre busca escolher
personagens intrigantes de alguma forma como a ótima Adaline Bowman de A Incrível História de Adaline. A
protagonista busca se reconstruir ao longo 110 minutos de projeção mas fica
mais confusa do que quando a conhecemos no início.
É estranho falar isso mas dá a impressão de que falta
entrosamento entre a personagem e o roteiro, impressão que talvez melhore no
livro com mais detalhes sobre a mesma. As cenas de ação se esforçam para serem
impactantes mas preenchem pouco tanto do lado do entretenimento quanto do lado
de sentido para a trama. Um potente carro, com freio de mão puxado. Uma pena.