Raul, o Começo o Meio
e o Fim
Em uma época onde o rock era a música que afirmava um poder
fictício aos jovens, surgia no cenário mundial aquele que virou uma lenda, um
mito, Raul Seixas. Dirigido pelo competente
Wálter Carvalho, Raul: O Começo, o Fim, o Meio, é um
documentário divertido e emocionante que narra a trajetória do eterno maluco
beleza da música popular brasileira.
Nesse ótimo documentário fazemos uma viagem na vida
profissional e pessoal de Raul. A influência de Elvis Presley, o primeiro grupo
(Raulzito e seus Panteras), o disco da virada na carreira (o álbum que tem o
clássico “Sociedade Alternativa”), os muitos relacionamentos e depoimentos
emocionados preenchem parte das lacunas deixadas pelo ídolo de uma multidão.
O homem que classificava sua própria música de ‘Raul
Seixismo’, viveu intensos relacionamentos entre as décadas de 70 e 80. Raul era
um pai amoroso que amou muitas mulheres. Via depoimentos, um inclusive via
Skype, entendemos um pouco melhor a vida pessoal desse artista. O amor pelo
grande ídolo é mostrado em muitos momentos, mais um em especial é marcante, nas
enlouquecidas vozes de fãs cantando alguns clássicos em uma comemoração do
aniversário do artista.
Entrevistas antológicas são mostradas. Depoimentos
memoráveis de Paulo Coelho (grande parceiro de composição de Raul, ensinou
exoterismo ao Maluco Beleza e o mesmo o ensinou a fazer letra de música),
Nelson Motta, Pedro Bial, Caetano Veloso, Tom Zé, entre outros. Nessa hora percebemos
o quão original era esse homem que mudou para sempre a história da nossa
música.
Mas nem tudo eram flores na vida de Raul Seixas. As
irresponsabilidades começaram a influenciar a carreira, o alcoolismo e as
drogas foram caminhos percorridos pelo cantor que já dedicou um show ao
cineasta Glauber Rocha. Por trás dos óculos escuros, uma lenda surgia. Saiba
como isso aconteceu.
El Pepe, uma Vida Suprema
A beleza da simplicidade. Dirigido pelo premiado cineasta
sérvio Emir Kusturica, El Pepe, uma Vida Suprema navega pela
intensa vida do ex-presidente uruguaio Pepe
Mujica, um homem adorado por seu povo que conseguiu mudar o Uruguai de
patamar no cenário latino-americano e porque não dizer também mundial. Ao longo
dos quase 80 minutos de projeção, conhecemos as manias, as famosas histórias
sempre em pano de fundo os últimos dias de presidência da celebridade sul
americana.
Já disponível no catálogo da Netflix, o documentário que teve estreia no famoso Festival de
Veneza no ano de 2018 apresenta um pouco profundo raio-x da vida de militância
do uruguaio, seu grande amor da vida que também era militante, e toda força que
conquistou através do silêncio por ter ficado preso por mais de uma década
rodando de prisão em prisão durante a ditadura uruguaia. Vivendo uma vida
simples, mesmo quando era o chefão de seu país, sempre a bordo de seu famoso
fusquinha, vemos uma homem e um objetivo: melhorar em todas as áreas o país que
tanto ama. Amante da agricultura, passa horas do seu dia ao lado de seu plantio
e também ensina aos que querem aprender.
Surpreendente em alguns relatos, Pepe e suas histórias
deixam um grande plano de interação com Kusturica,
deixando o filme bastante informal e natural. Usando um ponto eletrônico, a
tradução simultânea, o diretor se diverte com muitos dos pensamentos de Mujica. Nem vemos o tempo passar e
ainda da gostinho de quero mais. Que vida, que história. Que bom pra América do
Sul!
Jim and Andy
A linha tênue entre atuação e a paciência. Mostrando os
bastidores de uma das filmagens mais complicadas de Hollywood na década de 90,
conhecemos a doação do ator Jim Carrey,
esse fabuloso artista dramático, com veias cômicas incomparáveis, que parece
não ter limite quando entra em um personagem. O documentário, proibido
(provavelmente) durante um bom tempo, conta passo a passo como foi o processo
de criação de Jim, e as loucuras que aprontava no set de filmagens do cineasta
tcheco Milos Forman (Um Estranho no Ninho) no que mais tarde
seria um dos filmes mais aplaudidos daquele ano, O Mundo de Andy.
Jim Carrey nem de
longe era a primeira escolha de Forman para o papel de Andy Kaufman, logo no
início do documentário ficamos sabendo que ele teve que fazer um teste para o
filme. Depois de sucessos de bilheterias como O Máscara, Débi e Lóide
e Ace Ventura, Carrey mandou uma
fita para a audição. Passou. Jim, era muito fã de Andy, conhecendo suas piadas,
seus modos de agir, seus conceitos. Para entregar um personagem quase real,
Carrey incorpora Andy durante todas as semanas de filmagens, mesmo quando as
câmeras não estão ligadas, levando a todos da produção a uma verdadeira loucura
que só é recompensada com a finalização do que seria um dos mais aclamados
papéis de um ator durante muito tempo.
Há uma invisível linha tênue que separa os limites que
Carrey contornava seu personagem, ele não queria que Andy fosse embora quando a
claquete batia, ele precisava de alguma forma levar Kaufman de volta ao mundo.
Invadiu a casa do dono da Revista Playboy, passeava com carrinhos de golfes
pela major que produzia o filme, conversava com todos sendo Andy. A maneira que
arranjou foi desestabilizar a todos, deixando que todos acreditassem que Andy
estava ali com eles. Uma técnica arriscada de sucesso mas que conforme vimos no
filme O Mundo de Andy, acaba se encaixando com louvor.
Ligue Djá: O Lendário
Walter Mercado
Do triunfo ao quase desastre, sempre na esperança de voltar
a falar com seu público. Muitas gerações recentes aqui no Brasil talvez nem
nunca tenham ouvido falar no porto riquenho Walter Mercado. Sem zap, internet,
quem comandava a festa da informação/comunicação eram as televisões e suas
enormes audiências. Assim, anos atrás, na década de 90, um chamativo homem
sempre com roupas extravagantes, capas, falando sobre astrologia dominou o
interesse popular no Brasil e em toda a América Latina durante anos mandando
mensagens positivas para milhares de devotos. Mas como que no auge da carreira
e exposição na mídia, essa figura pública amada sumiu e nunca mais voltou à tv?
Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado,
produzido pela Netflix, dirigido
pela dupla de cineastas Cristina
Costantini e Kareem Tabsch,
mostra as verdades sobre tudo que aconteceu na formação, no auge do sucesso e
no pós sumiço televisivo desse personagem sempre intrigante da televisão. Dois
pontos muito interessantes: o encontro do atual gênio da Broadway Lin-Manuel
Miranda com seu ídolo de infância é algo que emociona. Segundo, o projeto nos
faz uma pergunta indiretamente: será que Walter Mercado faria sucesso nos dias
atuais? A resposta está no filme!
Dividido em arcos muito bem compostos, esse ótimo
documentário navega em pontos importantes da trajetória do astrólogo mais
famoso do mundo na década de 90. A questão sobre a sexualidade dele, assunto
que Walter não gostava de falar muito sobre, contorna o documentário sob ponto
de vista de um ativista lgbt de Porto Rico que teve nele como alguém de
referência para ser quem ele queria ser. Outra questão é a briga na justiça que
Mercado teve com seu ex-empresário. Como a maioria dos artistas que se dedicam
fortemente à sua arte sem pensar na estrutura que precisa administrar para que
tudo aconteça, Walter acaba caindo em armadilha contratuais que praticamente
extinguiram sua marca, seu nome que sempre lutou para deixar intacto no auge.
Há um belo destaque também para as lembranças da carreira de ator de Walter,
uma passagem muito bonita em um lindo teatro em Porto Rico ganha destaque no
documentário.
Ícone da moda? Figura pop? Rei dos memes foi por jovens que
nunca o viram na tv? Cascateiro? Ingênuo? Walter Mercado pode ser definido por
você leitor da forma como o enxergar mas uma coisa não tem como nenhum de nós
negar: marcou a história da televisão mundial.
Chasing Trane
É algo realmente notável tocar em um nível tão especial.
Tentando decifrar, de alguma forma, parte da genialidade de um dos maiores
músicos saxofonistas da história desse imenso planeta em que vivemos, Chasing Trane, dirigido pelo cineasta John Scheinfeld, exibe várias
curiosidades de um dos mitos das origens do jazz, John Coltrane. Filho único, nascido no sul dos Estados Unidos,
tocava em casas de shows badaladas (algumas cheias de cafetões e vigaristas)
trabalhando para sustentar sua esposa e a sua enteada, desde os tempos em que
era integrante da espetacular banda de outro genial, Miles Davis (Miles Davis Quintet). O documentário, que tem narração
de passagens na voz de Denzel Washington, é cronológico e aos poucos, com
muitos detalhes, acompanhamos a construção desse mito do sax. Um projeto para
sempre ser exibido a cada nova geração. Nunca podemos nos esquecer dos bons,
jamais.
A dor que temos, a esperança que sofremos. Em suas canções,
e principalmente após se descobrir um ótimo compositor, Coltrane aborda
política, desigualdade social e outros temas em um som puxado para um pop jazz
que ninguém fazia, sendo responsável pela divulgação cada vez mais forte do
poderoso jazz norte-americano. Viciado em heroína logo no início de carreira,
quase seguindo o destino de outra lenda do jazz Charlie Parker (Bird, do qual
era fã), Coltrane consegue com muita força de espírito sair de alguma forma
desse vício horroroso o que elevou sua vontade de viver e automaticamente sua
criatividade musical.
Com depoimentos de biógrafos, filósofo, músicos como o
baterista do The Doors que era seu
fã, amigos próximos, parte de sua família, e até do ex-presidente Bill Clinton,
vamos navegando na mente de um dos mais criativos artistas das últimas décadas.
Imagens antigas da década de 40, 50 e 60 caminham junto à cronologia que que se
adapta a todos os feitos e importantes marcos na carreira de Coltrane, como a
composição de um de seus maiores sucessos Alabama que teve como inspiração o
terrível atentado a uma igreja batista por supremacistas brancos que mataram
quatro crianças.
Contra o contexto do preconceito os negros usavam a música
como forma de alegria e equilíbrio emocional. Há um paralelo importante entre Martin Luther King e John Coltrane, o
segundo encontra na música uma forma de lidar contra tudo de complicado que
enxerga ao seu redor, e nós sentimos em nossos corações.
Democracia em
Vertigem
As verdades só se tornam realmente verdades quando nós
mesmos sentimos o que vivemos. Um dos documentários que mais trouxeram
discussões nos últimos tempos, Democracia
em Vertigem, que está disponível na plataforma de streaming Netflix, é uma saga sobre os rumos
políticos do Brasil nos últimos anos e a troca do poder da esquerda para a
direita. Abordando relatos pessoais em paralelo com a cronologia de queda da
ex-presidente Dilma Rousseff, a
competente cineasta Petra Costa
narra essa trajetória de sua vida que se torna um espelho do que acontece nos
bastidores do poder ao seu redor.
Com imagens e alguns relatos de muitas figuras políticas
brasileiras, Petra vai da ascensão à queda do PT, e nas entrelinhas, expõe sua
visão pessoal sobre toda essa situação. A vida da cineasta é aberta, como nos
seus relatos sobre ser parente de um dos criadores de uma das maiores
construtoras do país e os momentos que seus pais viveram lutando contra a
ditadura.
Considerado um dos melhores documentários no ano de seu
lançamento pelo 'New York Times', Democracia
em Vertigem, assim como o Brasil se encontra ultimamente, vai ter gente que
não vai querer assistir por ser de direita e poderá ser louvado por muitos do
outro extremo. De qualquer forma, torcemos para todo mundo assistir e tirarem
suas próprias conclusões. Pra mim, é um belo trabalho dessa grande cineasta
brasileira.
Virando a Mesa do Poder
O mundo do poder é muito parecido em qualquer lugar do
mundo. Disponível no catálogo da Netflix,
o documentário Virando a Mesa do Poder
nos apresenta mulheres inteligentes e com vontade de mudar a situação nas
regiões onde vivem, decidindo se candidatar a uma vaga no congresso
norte-americano. O documentário, importante principalmente sob o ponto de vista
de abrir a mente dos jovens eleitores sobre as inúmeras possibilidades e da
real importância do voto (que nos Estados Unidos não é obrigatório), é dirigido
pela cineasta Rachel Lears. Lançado
no início do ano passado, o filme não ganhou tanta repercussão. Mas vale a pena
conferir.
Relatos fortes, impactantes, a maioria das candidatas que
conhece mais de perto são mulheres, fortes e batalhadoras que abriram os olhos
e não querem mais fechar. De Nevada até big apple, o case mais profundo chega
da mais badalada cidade norte-americana, Nova Iorque, quando após 14 anos uma
prévia para o senado acontece na cidade, tendo a debutante a uma vaga no
congresso a ativista Alexandria
Ocasio-Cortez. A campanha de todas as candidatas mostradas são baseadas em
doações de outras pessoas, diferentes dos poderosos do outro lado que são
impulsionados por outros já poderosos de grandes empresas. De maneira bem
simples, o documentário passa um raio-x de como o poder é cheio de alianças
polêmicas e somente a força de vontade do povo que pode algum dia mudar isso.
Engajamentos, lideranças femininas. Importante menções ao
mais engajado universo de hoje em que vivemos, Virando a Mesa do Poder não
deixa de ser uma série de relatos sobre como podemos todos juntos mudar um
pouco sistemas tão do arco da velha.
Ícaro
Vencedor do primeiro prêmio conquistado por uma produção da Netflix no Oscar, o excelente
documentário Ícaro traz à tona um
caso que afeta de maneira geral a integridade de órgãos de proteção ao doping
pelo mundo. Dirigido pelo ciclista amador Bryan
Fogel, o projeto é um grande experimento sobre o uso de substâncias
proibidas em grandes eventos esportivos, principalmente, o maior de todos eles,
as olimpíadas.
Na trama, acompanhamos a trajetória de Bryan Fogel, um
amante do ciclismo, fã (ou ex-fã) de Lance Armstrong que resolve investigar por
si mesmo um dos casos mais elaborados de doping da história, ocorrido na
Rússia. Assim, consegue o contato do bioquímico Grigory Rodchenkov, um dos
chefes do controle russo de doping. Assim, assistimos por meio de declarações
polêmicas e muitas provas apresentadas que o programa russo usava drogas desde
da década de 60 para melhorar o desempenho dos seus atletas, e o pior de tudo,
sempre com o aval do presidente, Vladimir Putin.
De um simples experimento para tentar tirar a prova real se
realmente algumas substâncias aumentam o desempenho dos atletas, o projeto se
transforma em um grande thriller documentário principalmente quando o cerco das
autoridades mundiais, principalmente a WADA, se fecha em torno dos russos.
Antes consultor, do experimento que Fogel fez, Rodchenkov se torna pessoa não
grata na Rússia e precisa fugir para os Estados Unidos em busca de proteção,
pois seu depoimento para as autoridades é de supra importância para o melhor
esclarecimento dos detalhes de todo o planejamento ilegal dos russos em
diversas competições e de diversas modalidades esportivas ao longo dos anos.
A força das documentações e argumentos obtidos por Fogel e
sua equipe, foram usados como argumentos para o veto da delegação Russa em
muitas competições, inclusive nas olímpiadas que aconteceram aqui no RJ.
The Two Killings of
Sam Cooke
A trajetória de um ícone, o adeus a uma lenda. Dirigido pela
cineasta Kelly Duane de la Vega, disponível
no catálogo da Netflix, The Two Killings of Sam Cooke retrata
alguns recortes da carreira e vida pessoal de Sam Cooke, artista esquecido por muitos mas com canções que até
hoje escutamos por aí, como a fantástica A
Change is Gonna Come. Ativista, amigo de Malcolm X e Cassius Klay
(Muhammad Ali) reza a lenda que
sofria investigações do FBI na época em que todo o seu maior drama aconteceu.
Ao longo dos enérgicos 74 minutos de projeção vamos sendo testemunhas de um
raio-x sobre a personalidade forte desse artista único.
Um cantor, dono de uma voz marcante, no auge do sucesso
acaba sendo assassinado em circunstâncias até hoje bastante duvidosas. Para
quem nunca ouviu falar de Sam Cooke,
esse foi um dos maiores cantores de sua geração, mas só viveu 33 anos para
contar sua história cheia de triunfos e dramas. O documentário mostra em outros
fatos, o jeito habilidoso com que Cooke visionava
o mercado da música nos Estados Unidos, mesmo assim não conseguiu fugir de
pessoas que só queriam se beneficiar de seu sucesso caindo em uma espécie de
golpe de direitos autorais.
De uma época onde o preconceito era algo comum e tristemente
visto em muita esquinas norte-americanas, principalmente no sul do país, Sam
Cooke fez de tudo para ser um sucesso usando somente seu talento. Caído no esquecimento
décadas depois de seu falecimento, o título desse projeto é bastante certeiro
pois gira em torno de como no auge tudo desmoronou para esse protagonista que
merece ser conhecido por quem nunca ouviu falar dele.
I Called Him Morgan
Como contar a história de uma tragédia e fazer ser
interessante os dois lados da moeda? Apresentando uma das histórias mais
trágicas e banais da história do Jazz, o cineasta sueco Kasper Collin apresenta ao público argumentos e os porquês que
encerraram no início da década de 70 a trajetória do genial trompetista Lee Morgan nesse mundo. Descobrindo uma
inusitada entrevista da autora do crime em fita k7, a esposa na época de Lee,
Helen Morgan, conseguimos descobrir os motivos da tragédia e um pouco mais da
personalidade desses dois personagens, marido e mulher sua união e sua
tragédia. Uma história impactante, do início ao fim.
Belas imagens de arquivos saltam com energia na tela
transformando os sons de Morgan ao fundo em uma sinfonia belíssima.
Impressionante o talento desse jazzista. No início, acompanhamos fases da vida
de Lee Morgan, sua ascensão nas noites dos mais badalados casa de shows de jazz
dos Estados Unidos, seu primeiro declínio para as drogas e seu renascimento
através de Helen, que conhecera quando estava na pior mas que futuramente em um
ato sem pensar acaba destruindo pra sempre essa história. Mesmo que sem
depoimentos próximos, os detalhes fornecidos pelos entrevistados, amigos dos
dois naquela época, principalmente a situação do clímax desse filme, parece que
nos colocam dentro daquela Nova Iorque fria em dezembro.
O roteiro do documentário é primoroso. Instiga o espectador
a cada instante, mostrando os dois lados da moeda, o assassinado e o assassino,
os pontos de intercessão até seu final para lá de impactante. Um belo trabalho
que merece ser conferido.