13/08/2020

Crítica do filme: 'I Called Him Morgan'

Como contar a história de uma tragédia e fazer ser interessante os dois lados da moeda? Apresentando uma das histórias mais trágicas e banais da história do Jazz, o cineasta sueco Kasper Collin apresenta ao público argumentos e os porquês que encerraram no início da década de 70 a trajetória do genial trompetista Lee Morgan nesse mundo. Descobrindo uma inusitada entrevista da autora do crime em fita k7, a esposa na época de Lee, Helen Morgan, conseguimos descobrir os motivos da tragédia e um pouco mais da personalidade desses dois personagens, marido e mulher sua união e sua tragédia. Uma história impactante, do início ao fim.

Belas imagens de arquivos saltam com energia na tela transformando os sons de Morgan ao fundo em uma sinfonia belíssima. Impressionante o talento desse jazzista. No início, acompanhamos fases da vida de Lee Morgan, sua ascensão nas noites dos mais badalados casa de shows de jazz dos Estados Unidos, seu primeiro declínio para as drogas e seu renascimento através de Helen, que conhecera quando estava na pior mas que futuramente em um ato sem pensar acaba destruindo pra sempre essa história. Mesmo que sem depoimentos próximos, os detalhes fornecidos pelos entrevistados, amigos dos dois naquela época, principalmente a situação do clímax desse filme, parece que nos colocam dentro daquela Nova Iorque fria em dezembro.

O roteiro do documentário é primoroso. Instiga o espectador a cada instante, mostrando os dois lados da moeda, o assassinado e o assassino, os pontos de intercessão até seu final para lá de impactante. Um belo trabalho que merece ser conferido.