Belas imagens de arquivos saltam com energia na tela transformando
os sons de Morgan ao fundo em uma sinfonia belíssima. Impressionante o talento
desse jazzista. No início, acompanhamos fases da vida de Lee Morgan, sua
ascensão nas noites dos mais badalados casa de shows de jazz dos Estados
Unidos, seu primeiro declínio para as drogas e seu renascimento através de
Helen, que conhecera quando estava na pior mas que futuramente em um ato sem
pensar acaba destruindo pra sempre essa história. Mesmo que sem depoimentos
próximos, os detalhes fornecidos pelos entrevistados, amigos dos dois naquela
época, principalmente a situação do clímax desse filme, parece que nos colocam
dentro daquela Nova Iorque fria em dezembro.
O roteiro do documentário é primoroso. Instiga o espectador
a cada instante, mostrando os dois lados da moeda, o assassinado e o assassino,
os pontos de intercessão até seu final para lá de impactante. Um belo trabalho
que merece ser conferido.