12/08/2020

Crítica do filme: 'The Two Killings of Sam Cooke'

A trajetória de um ícone, o adeus a uma lenda. Dirigido pela cineasta Kelly Duane de la Vega, disponível no catálogo da Netflix, The Two Killings of Sam Cooke retrata alguns recortes da carreira e vida pessoal de Sam Cooke, artista esquecido por muitos mas com canções que até hoje escutamos por aí, como a fantástica A Change is Gonna Come. Ativista, amigo de Malcolm X e Cassius Klay (Muhammad Ali) reza a lenda que sofria investigações do FBI na época em que todo o seu maior drama aconteceu. Ao longo dos enérgicos 74 minutos de projeção vamos sendo testemunhas de um raio-x sobre a personalidade forte desse artista único.

Um cantor, dono de uma voz marcante, no auge do sucesso acaba sendo assassinado em circunstâncias até hoje bastante duvidosas. Para quem nunca ouviu falar de Sam Cooke, esse foi um dos maiores cantores de sua geração, mas só viveu 33 anos para contar sua história cheia de triunfos e dramas. O documentário mostra em outros fatos, o jeito habilidoso com que Cooke visionava o mercado da música nos Estados Unidos, mesmo assim não conseguiu fugir de pessoas que só queriam se beneficiar de seu sucesso caindo em uma espécie de golpe de direitos autorais.

De uma época onde o preconceito era algo comum e tristemente visto em muita esquinas norte-americanas, principalmente no sul do país, Sam Cooke fez de tudo para ser um sucesso usando somente seu talento. Caído no esquecimento décadas depois de seu falecimento, o título desse projeto é bastante certeiro pois gira em torno de como no auge tudo desmoronou para esse protagonista que merece ser conhecido por quem nunca ouviu falar dele.