21/08/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #52 - Malu de Martino

O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nossa convidada de hoje é uma grande cinéfila de filmes sensíveis e lindos! Graduada em Comunicação pela FACHA no RJ, em Nova Iorque especializou-se nas escolas Global Village, New School, Downtown Community Television, Young Filmakers Vídeo Arts e New School Tv Academy. Malu de Martino já dirigiu o docudrama Ismael e Adalgisa, o documentário média-metragem Sexualidades; os longas-metragens Mulheres do Brasil e Como Esquecer, além do ótimo documentário Margareth Mee e a Flor da Lua. Em 2013, fundou a ML Produções, empresa produtora das séries Tuhu, o Menino Villa-lobos, Vinhos.BR e Tela sobre Tinta.

Obs: um dia eu ia a um encontro com uma amiga que se atrasou, ia chegar umas duas horas atrasada. Fui até o Espaço Itaú na Praia de Botafogo procurar um filme com um tempo de projeção que desse tempo de eu assistir ao filme e depois ir encontrar com minha amiga. Escolhi Margareth Mee e a Flor da Lua, senão me engano, nos primeiros horários da tarde. Não tinha muita gente, uma pena. Amei o filme, achei profundo e sensível.

Uma outra história com Malu: vi o Como Esquecer no Festival do RJ de anos atrás, aí teve uma entrevista no pavilhão onde era o QG do Festival antigamente. Adorei o filme e a coletiva do filme foi ótima, deu pra entender melhor várias questões abordadas nesse belo filme.

Nunca falei com Malu pessoalmente. Um dia chegará esse dia e tomaremos um café além de falarmos de filmes e filmes!

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Estação! Qualquer sala do Estação! Lá foi onde estreie e exibi boa parte dos meus filmes. Toda vez que quero ir ao cinema vejo na programação o que está passando no Estação! É uma relação de afeto antiga! Meu primeiro filme, o média metragem, Ismael e Adalgisa, ficou 4 semanas em cartaz no circuito Estação! Precisa dizer mais?! rsrsrs

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Foi em Miracema, interior do estado do Rio. Meu tio Miguel, a quem dediquei esse primeiro média metragem, era gerente do Cinema XV. Eu passava férias lá e assistia todos os filmes! O primeiro que encantou mesmo meu olhar infantil, foi A Noviça Rebelde.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Aí é difícil...  mas vou eleger dois pra não decepcionar. Wong Kar-Wai. Meu preferido é Amor à Flor da Pele.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Central do Brasil de Walter Salles. Porque se trata de um tema universal tratado de maneira regional.  Tipo de abordagem que acho mais interessante.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É amar o cinema em toda a sua diversidade. É buscar algo mais na tela para além do entretenimento.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não necessariamente.... Há muito apelo comercial hoje em dia. Até mesmo nos circuitos dedicados a filmes fora do mainstream, exibem filmes comerciais.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não acredito nisso! Essa mágica da caixa escura deve durar pra sempre. Ela se reinventa frequentemente!

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Céu Que Nos Protege de Bernardo Bertolucci. Talvez tenha sido visto no seu lançamento, mas percebo que muitos jovens com quem converso, não assistiram...

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Se houver um protocolo que seja seguro, não vejo porque não... O problema é aplicar o tal protocolo. Não se vale a pena pros exibidores...

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Sempre fui fã do Cinema Brasileiro e sempre serei!  Criatividade nos sobra! No momento, os filmes que estão pra ser lançados são de altíssima qualidade!

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Matheus Nachtergaele.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é a maior diversão! rsrsrs. Ouvi isso desde criança!

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma sessão da meia noite de Polyester, de John Waters, com direto a presença dele e do odorama (Cartela que permite ao espectador sentir cheiros através de raspadas periódicas indicadas na tela).

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não vi...

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

 

Deveria! Pra fazer cinema, antes de tudo, é preciso amar o cinema!  E pra amar o cinema é preciso conhecê-lo!

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Esqueço dos filmes ruins... Mas há poucos dias fui ver um, pra uma pesquisa, e não consegui passar de 10 min.... Anos 90 de Jonah Hill. Achei chatérimo.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Viajo Porque Preciso. Volto Porque te Amo. De Marcelo Gomes e Karin Ainouz