Vencedor de mais de duas dezenas de prêmios, inclusive no
Festival de Gramado aqui no Brasil, Whisky
conta a história de Jacobo (Andrés Pazos),
um dono de uma fábrica antiga de meias (que nem de longe pensa em se
modernizar) que faz um acordo com sua funcionária de maior confiança, Marta (Mirella Pascual), para que ela finja
ser sua esposa durante a estadia do irmão Herman (Jorge Bolani) que mora no Brasil mas vem passar uma temporada no
Uruguai para um evento ligado a mãe deles. Durante esse tempo, todos os três
acabam influenciando uns na vida dos outros, principalmente Marta que começa a
enxergar um novo mundo de possibilidades.
Sensível até o último segundo. Cheio de dizeres fortes pelas
entrelinhas, o roteiro navega pelos sentimentos dos três personagens de maneira
leve e descontraída mesmo tendo uma carga forte de emoções em plano de fundo
como o distanciamento dos irmãos por conta do tempo em que a mãe deles estava
doente e um só deles cuidou dela. Marta é um contraponto, uma variável amorosa forte
que os irmãos nunca tiveram em suas vidas quando eram jovens e isso acaba
mexendo de formas diferentes mas com os dois. Esse detalhe nesse triângulo é o
fator que salta a tela mas quase nada é mostrado especificamente. O bom do
cinema é isso: não precisa dizer muito se o contexto já está completo. Belo
filme.