30/11/2020

Crítica do filme: 'Os Novos Mutantes'


O medo é o lugar comum para tudo que é desconhecido. Depois de adiamentos, calhou de, talvez, o menos badalado filme do universo dos quadrinhos que virou longa-metragem dos últimos anos, estreasse nas salas de cinema logo nesse caótico 2020, onde ainda não encontramos a vacina da Covid 19 e o mundo das artes buscam soluções para atrair público. Os Novos Mutantes, dirigido por Josh Boone (A Culpa é das Estrelas) fala sobre experimentos em mutantes adolescentes com poderes incontroláveis que estão em um lugar desconhecido. Pra quem não conhece esse quadrinho (como é o meu caso) a curta análise do filme chega pela vertente do medo do desconhecido e uma psicologia complexa embaralhada por sonhos e descontrole, obviamente fazendo paralelos com o que sabemos do universo dos X-Mens e a, no caso, eterna batalha entre humanos e mutantes. Sendo assim, por essa ótica, é um filme interessante em alguns momentos. O projeto conta no elenco com uma nova geração de jovens atores, como Maisie Williams (Game of Thrones) e Anya Taylor-Joy (O Gambito da Rainha).


Na trama, ambientada em um universo onde os X-mens já são conhecidos em todo o mundo, acompanhamos a chegada da jovem Dani (Blu Hunt) a uma espécie de centro de tratamento, isolado e controlado pela Dra. Reyes (Alice Braga), essa última uma enigmática administradora desse local que não revela suas intenções completamente. Nesse lugar, Dani conhece mais quatro jovens que estão ali para tentar buscar um controle maior de seus poderes, são eles: Ilyana (Anya Taylor-Joy), Sam (Charlie Heaton), Rahne (Maisie Williams) e Roberto (Henry Zaga). Mas a chegada de Dani acaba desencadeando uma série de situações que são ligadas a sonhos e o grupo de jovens precisa enfrentar reais pesadelos.


A mistura entre thriller e drama é um equilíbrio que objetiva os arcos. Pelo menos essa é a tentativa. Mesmo um pouco confuso para quem não é totalmente ambientado ao universo dessa história nos quadrinhos, podemos manter a ótica sobre o lado humano pois há bons contextos para caminharmos. O filme encosta em temas sem muita profundidade como: a sexualidade, preconceito, as noções de família, política e regras sociais. Os efeitos ganham contornos estratosféricos, feitos para serem vistos nos cinemas. Sobre a tensão, ela percorre os 94 minutos de projeção de forma bem intensa. As respostas não são todas preenchidas e a suposição pode ser um bom complemento para quem gosta de todos os pingos nos ‘is’. Sociedade dividida, rachada em polarizações, alguma similaridade com o lado de cá da tela?