O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.
Nossa convidada de hoje é cinéfila, de Cuiabá. Aline Wendpap tem 38 anos, é a primeira
doutora em Estudos de Cultura Contemporânea do PPGECCO, da Universidade Federal
de Mato Grosso – UFMT. Bacharel em Comunicação Social-Radialismo (2005) e
Mestre em Educação (2007), ambos pela UFMT. Possui licenciatura em Artes
Visuais (2017) pela Unijales. Desenvolve estágio pós-doutoral com projeto que
delimita o Estado da Arte das pesquisas em Comunicação e Mediações defendidas
pelo PPGECCO – UFMT até 2020, e, pela UnB, cursa licenciatura em Teatro EaD.
Integrou o coletivo Parágrafo Cerrado, no qual desenvolveu a técnica de
leituras de cena de espetáculos e filmes, tornando-se, assim, uma das críticas
de cinema pioneiras em Mato Grosso. Atualmente assina a coluna “Sonora” no site
Ruído Manifesto, onde escreve sobre
a produção audiovisual brasileira e mato-grossense e é co-idealizadora do site
Mistura Cultural. Possui experiência como Produtora Cultural e é atriz
profissional com DRT.
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
Atualmente a minha sala de cinema preferida é a do Cine
Teatro Cuiabá, por possuir uma programação alternativa, em relação aos cinemas
comerciais. Lá é onde a gente consegue ver alguns filmes brasileiros de fora do
circuito mainstream e ainda (por incrível que pareça) produções
mato-grossenses. Além de outros filmes estrangeiros que não veríamos nos
cinemas de shopping.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.
O primeiro filme que eu assisti no cinema foi O Rei Leão da Disney. Eu tinha 11 anos e foi amor à primeira vista. Me apaixonei
pelo ambiente, pelo filme, por tudo. Foi
mágica a sensação! Me lembro até hoje...
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
Peter Jackson - O
senhor do Anéis: A Sociedade do Anel.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
Até pouco tempo atrás era Tropa de Elite, porque amei a interpretação do Wagner Moura e todo o ritmo frenético da produção, além da
narrativa politizada, que me dá frisson. Porém, agora acho que é Bacurau, porque a cada nova vez que
assisto descubro mais uma camada de significados e isso me deixa louca por este
filme.
5) O que é ser
cinéfilo para você?
Pergunta um tanto quanto complicada de se responder
prontamente. Mas acho que em primeiro lugar é ser alguém apaixonado por cinema
em todas as suas nuances e esferas.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas
que entendem de cinema?
Acredito que não. Tem muito cinema por aí, com programação
voltada apenas para os ganhos do dono do cinema.
7) Algum dia as salas
de cinema vão acabar?
Espero, com todas as minhas forças, que não. Porque por mais
que a Netflix seja maravilhosa, ela
nunca chegará aos pés de uma sala de cinema, bem escurinha e com o cheiro de
pipoca rolando no ar. A sinestesia é parte do cinema, na minha opinião. Ir ao
cinema não é apenas ver um filme, mas é um acontecimento.
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram mas é ótimo.
Indico um curta mato-grossense chamado O menino e o ovo, da diretora cuiabana Juliana Capilé. É lindo! Ah, também tem outro: A gente nasce só de mãe da diretora Caru Roelis (MT), emocionante!
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?
Resposta delicada esta. Eu fui em algumas sessões durante a
pandemia, onde as salas estavam praticamente vazias. Tal situação me parece
menos arriscada do que ir a um supermercado, onde as pessoas se esbarram e pegam
em produtos o tempo todo. Mas, o mais adequado é aguardar.
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
Eu vejo o cinema brasileiro contemporâneo como um dos
melhores do mundo. A única diferença é que tem bem menos recursos do que o de
alguns outros países. Mas a qualidade, tanto técnica, quanto artística está
equiparada aos maiores.
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
Kleber Mendonça Filho.
12) Defina cinema com
uma frase:
Possibilidade de ver
a vida com outros olhos.
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.
Quando eu e minhas irmãs, vimos o REI
LEÃO sentadas na escada, porque a sessão estava LOTADA!
Ps.: naquele tempo ainda permitiam as pessoas sentarem na
escada.
14) Muitos diretores
de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta
precisa ser cinéfilo?
Não necessariamente, porém quando se é as possibilidades se
tornam mais vastas (vide Tarantino
ou Wood Allen, por exemplo).
15) Qual o pior filme
que você viu na vida?
Aff são tantos... mas acho que os tipo "O massacre da
serra elétrica", ou comédias besteirol americano tipo American Pie.
16) Qual seu
documentário preferido?
A ilha das flores.
17) Você já bateu
palmas para um filme ao final de uma sessão?
Ah com certeza! E Bacurau
foi um deles.
18) Qual o melhor
filme com Nicolas Cage que você viu?
Cidade dos Anjos.
19) Qual site de cinema
você mais lê pela internet?
Cinema em cena;
Cinema com Rapadura; Omeleteve.