Tudo na vida tem começo, meio e fim. Um homem e seus conflitos em certa etapa da vida, consumido pelo stress de um cotidiano caótico em não encontrar um oásis dentro das obrigações que se amontoam em sua vida. Durante mais de 200 dias na África do Sul, resolve interagir todo esse tempo com um polvo e assim acaba embarcando em uma série de descobertas sobre como vive esse molusco de oito tentáculos e que possui uma série de ventanas. Uma narrativa detalhista, emocionante, que mexe com nossos campos reflexivos nos paralelos que encontramos entre as leis da vida de um polvo e nós que estamos fora da água. Professor Polvo, produzido pela Netflix, está concorrendo ao Oscar de Melhor Documentário em 2021.
Hipnotizante, inspirador. Uma história que pode parecer
quando a gente lê a sinopse meio sem sentido, começa a mostrar porque é tão
profunda quando começamos a entender as mudanças na maneira de pensar do
mergulhador que se sente outro planeta debaixo da água. Acaba criando uma inusitada
amizade com o polvo, esse que possui uma capacidade surpreendente e criativa de
enganar seus inúmeros predadores. Ricas imagens preenchem a tela a todo
instante, é como se estivéssemos dentro daquele pedacinho do oceano acompanhando
de perto toda essa saga sem objetivo específico mas sempre surpreendente.
A parte onde descobrimos a força de vontade de se
reconstruir é um clássico exemplo da vida, onde milhões espalhados pelo mundo
precisam diariamente buscar suas chances de uma confortável trajetória em uma
concorrência muitas vezes desleal mas mesmo assim, a maioria de nós, consegue de
alguma forma (ou faz de tudo) sobreviver. Há mais paralelos: o sacrifício, a
felicidade, as dificuldades, os obstáculos, nada de novo mas sempre com o olhar
do inacreditável pelas intensas imagens que conseguimos acompanhar.
História de amizade, leis da vida, paralelos com os
cotidianos espalhados por aí. Um dos grandes documentários dos últimos anos,
despretensioso mas que consegue emocionar até os corações mais distantes de
emoções.