15/05/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #416 - Marina Carneiro



O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, do Rio de Janeiro. Marina Carneiro tem 28 anos, é produtora audiovisual há quatro anos e trabalha com conteúdo pra internet, mas também já produziu documentários e alguns institucionais. Ela é formada em serviço social e por isso mesmo ama o debate de gênero e igualdade entre mulheres e homens. Foi dessa união de interesses que surgiu o instagram Tela Feminista (@tela.feminista), um espaço de divulgação de trabalhos de mulheres, personagens femininos e debate acerca desses assuntos.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Morando no Rio eu descobri o prazer de um cinema na rua, assim, ao lado dos comércios e não somente dentro de shopping. Perto de onde eu moro hoje tem um Kinoplex na Galeria São Luiz que é mais do que o suficiente para ir assistir os blockbusters do momento, mas tenho um carinho pela Estação NET em Botafogo, com seu ar antigo e filmes cult.

 

2) Qual o primeiro filme que você se lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Ir ao cinema sempre foi interessante pra mim, mas não me lembro desde quando. Minha prima sempre me levava para assistir os desenhos, depois virou um programa com os amigos e hoje assistir um filme na telona é uma das coisas que mais sinto falta devido as restrições da pandemia.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Sou péssima para definir “coisas favoritas”, mas a Nora Ephron tem filmes lindos. Mensagem pra Você foi um dos primeiros filmes que me surpreenderam com uma narrativa diferente e Julie e Julia tem meu coração.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Que Horas Ela Volta da Anna Muylaert é um filme que me encantou profundamente. É um filme nacional impecável, que conta uma história nacional, de um dilema nacional, com nuances e pequenos detalhes que só nós iremos compreender o real sentido. Não é um drama exagerado nem uma comédia escrachada.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É gostar de filmes e de saber como eles são feitos, é estar afim de descobrir os bastidores, mas também saber aproveitar uma pipoca assistindo aquele filme favorito pela centésima vez.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, os cinemas passam filmes e somente. Se você gosta de filmes, o cinema é seu lugar, mas se você quer entender, aprender e debater, precisa descobrir outros ambientes pra isso.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não, a experiência de ver um filme em casa e no cinema são incomparáveis. O streaming nos possibilitou ter mais acesso e talvez, por isso, assistir mais filmes e séries que jamais veríamos, mas a gente sempre tem um filme que vale a pena pagar aquele ingresso absurdo pra vê-lo na telona.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Nada a Esconder do Fred Cavayé, disponível na Netflix é bem divertido e interessante. Adorei.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. É um serviço não essencial e extremamente caro, que apenas divide mais ainda a nossa população e ainda passa a sensação de que está tudo bem, quando não está.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

A qualidade? Ótima, realmente tiramos leite de pedra. Há sempre filmes que a gente gosta mais ou menos... normal. Só acho que deveriam ter mais e mais filmes nacionais, mais incentivo, mais verba, mais projetos, etc.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O cinema é um dos melhores trabalhos e passatempos que alguém pode ter.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma vez eu mesma entrei na sala errada, quando fui sair, tropecei no degrau e foi pipoca e coca-cola pra todo lado.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca vi.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Eu acho que ajuda, mas não precisa. A pessoa pode ter inspirações de outras fontes e pode ser bem interessante ver algo feito por alguém fora da caixinha.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Pensando agora, me lembrei de Lucy do Luc Besson. Aquela que a Scarlett Johansson vira um pendrive. Achei uma bagunça e sai do cinema sentindo que tinha perdido tempo e dinheiro.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Gosto muito de documentários, mesmo, principalmente depois que produzi alguns. Acho que Waiting for B é lindo, espontâneo e autentico; e Torre das Donzelas me emocionou muito. Mas tenho que citar também Elena da Petra Costa, que foi o filme que me mostrou as potencialidades que o documentário tem.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Acho que já, deve ter sido alguma estreia de Harry Potter, na adolescência.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Um Homem de Família mas pode ser simplesmente porque amo filmes de Natal.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Acabo lendo vários porque estou sempre pesquisando, mas alguns que aparecem mais nas minhas leituras são: mulhernocinema.com e bfi.org.uk

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Telecine e Netflix