Uma surpreendente conclusão na melhor das partes da trilogia. Geralmente o desfecho de trilogias chegam para explicar, cada qual na sua forma, tudo que fora construído no universo proposto. Rua do Medo: 1966 - Parte 3 consegue, além de um fechamento muito interessante, abordar mais uma vez a questão da homofobia e as razões por trás de todos os mistérios que estavam em nossa imaginação após assistirmos aos dois primeiros filmes. Misturando bruxaria e questões sociais, o projeto como um todo convence, mesmo tendo um primeiro filme perto do regular, um segundo mais interessante e esse terceiro muito bom.
Na trama, voltamos os olhos aos protagonistas iniciais.
Correndo contra o tempo para buscar uma solução ao feitiço que está sob o corpo
de Samantha (Olivia Scott Welch), Deena
(Kiana Madeira) volta ao lugar do
acidente do primeiro filme e lá se conecta de alguma forma com o passado, mais
exatamente para 1666 época em que viveu Sarah Fier descobrindo enfim a verdade
no seu ponto inicial. Após a descoberta vai atrás da solução e desmascarar
enfim o verdadeiro culpado por tudo que vem acontecendo na cidade.
Nessa terceira parte o ritmo é alucinante. Satisfatório
também o número de lacunas preenchidas, se pensarmos em uma visão geral tudo
acaba fazendo sentido. Esse universo criado de bruxaria, assassinatos, gira em
torno também do ego e da comodidade sem pensar no senso comum, na comunidade,
nos amigos, nos vizinhos. O roteiro também abre espaço, não só nessa parte,
para a questão da homofobia que acaba sendo um fator preponderante para todo o
desenrolar da trama pois por conta do preconceito muitas situações acabaram
gerando a onda de caos que o lugar onde os personagens vivem passara ao longo
dos tempos.
Buscando ser mais que um filme de terror, nas linhas do
slasher, a trilogia da Rua do Medo busca sua originalidade em uma complexa
trama, cheia de aventura, drama e muito sangue. A questão agora é saber se vai
ter mais. Porque o final desse filme....dá margem para imaginarmos isso né? Toda
a trilogia está disponível na Netflix.