O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.
Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Itabaiana (Sergipe).
Andrei Ferreira tem 26 anos. É aluno
de Cinema & Audiovisual da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e estagia
no Instituto Federal de Sergipe como Videomaker desde 2019. Estagiou como
editor de vídeos durante 2 anos na TV UFS. Ele já dirigiu 3 curta-metragens, e
trabalhou na equipe de fotografia de diversas produções publicitárias,
cinematográficas e de eventos. Além disso, organizou a Mostra M1nuto em 2019.
Fundou e produz o Festival Internacional de Cinema de Itabaiana, o 1º Festival
de Cinema do Interior de Sergipe.
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
Aqui em Itabaiana, só temos um espaço de exibição de cinema,
então meio que não temos escolha. Mas como eu viajo bastante para Aracaju,
quando eu posso, assisto filmes por lá, por ter mais filmes com a opção de
legendado.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.
Tem vários filmes que me marcaram durante a minha vida, mas
tem uma história em especial que é com A
Lista de Schindler. Esse filme, eu assisti pela primeira vez com 14 anos de
idade, para um trabalho do colégio em que a professora de História dividia a
turma em grupos para discutimos sobre algum momento histórico através de
filmes, nesse foi a 2º Guerra Mundial. Lembro que eu quando eu acabei de
assistir A Lista de Schindler com
meus colegas, nos mantemos em silêncio por vários momentos na sala de estar.
Esse filme me marcou de uma forma naquele momento que acredito que me
influenciou até para me tornar um ser humano melhor e passei acreditar
fielmente no cinema como uma poderosa ferramenta histórica e de educação.
Obrigado, Jacilia.
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
Irmãos Coen. O Grande Lebowski.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
Edifício Master,
porque se tem uma obra que reflete a identidade nacional é esta. Eduardo Coutinho foi genial nesse filme
em diversos aspectos e na delicadeza de contar todas aquelas histórias da forma
mais imparcial, hoje se discute tanto sobre representatividade no cinema, pois
bem Eduardo Coutinho fez isso no inicio do século. Nunca conheci uma pessoa
sequer que assistiu Edifício Master e não se identificou com ao menos uma
daquelas histórias.
5) O que é ser
cinéfilo para você?
Ser cinéfilo é amar o cinema e gostar de assistir filme
independente de gênero cinematográfico ou qualquer outro requisito. É ter o
cinema como parte de sua vida, e do seu dia-a-dia.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por
pessoas que entendem de cinema?
Acho que a minoria possuí uma curadoria com pessoas que
realmente estão dedicadas ao cinema como arte e amam o cinema como arte, as
programações das salas de cinema são feitas muito mais no sentido mercadológico
que artístico aqui no Brasil.
7) Algum dia as
salas de cinema vão acabar?
Acho muito difícil, assim como os livros, o vinil, os dvds e
por aí vai, não acabaram. Não vejo as salas tendo um fim; afinal é uma
experiência única, e até o momento não existe nenhuma forma de reproduzi-la de
outra forma.
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram, mas é ótimo.
Culpa, é um filme
dinamarquês, é o único longa do Gustav
Moller, mas que mostra a força do cinema escandinavo em inovar e mostrar
belíssimas histórias. É um filme que trabalha bastante o som em Voice Over nas
cenas, o trabalho sonoro desse filme é uma aula de cinema, literalmente. Além
disso, a atuação do Jakob Cedergren contribui para a experiência sensitiva e ambientalizada
que esse filme quer passar.
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?
Obviamente, não. Quando uns 80% da população estiver vacinada,
pode se começar a pensar a voltar a ir para as salas de cinema.
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
O Cinema brasileiro sempre foi um cinema altíssimo nível, e
que trabalhou com baixíssimos orçamentos desde sempre, mas que através da
criatividade dos nossos cineastas, nós entregamos obras importantíssimas e que
o mundo inteiro admira.
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
Vou citar dois, Kleber
Mendonça Filho e Leo Tabosa.
12) Defina cinema com
uma frase:
Cinema é o retrato da vida dos mais afortunados.
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:
Uma vez, o filme começou e as luzes permaneceram ligadas. E
ninguém que foi pedir pra desligarem, daí, eu desci lá de cima da sala, e eu
mesmo desliguei as luzes, porque eu sabia onde ficava os botões manuais, kkk.
Quando eu voltei pra sala, as pessoas achavam que eu trabalhava no cinema,
kkkkk.
14) Defina ‘Cinderela
Baiana’ em poucas palavras...
Nunca assisti, perdoem, kkkk.
15) Muitos diretores
de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta
precisa ser cinéfilo?
Não precisa. Mas pra ser um grande diretor precisa não só
ser um grande cinéfilo, mas também lê bastante.
16) Qual o pior filme
que você viu na vida?
A Quinta Onda.
17) Qual seu
documentário preferido?
Free Solo.
18) Você já bateu
palmas para um filme ao final de uma sessão?
Já sim, várias vezes.
19) Qual o melhor
filme com Nicolas Cage que você viu?
Adaptação.
20) Qual site de
cinema você mais lê pela internet?
AdoroCinema.
21) Qual streaming
disponível no Brasil você mais assiste filmes?
Netflix.