As verdades e as críticas sociais. Disponível no catálogo da Amazon Prime Video e dirigido pelo cineasta Ryan Zaragoza, Madres, Mães de Ninguém prepara o terreno para conclusões profundas ligadas a um passado de uma região no interior da Califórnia que de alguma forma convivem com uma maldição conhecida por todos os habitantes. O principal erro do projeto, não é necessariamente algo técnico, ou de roteiro, ou de direção, é de marketing! Vendido como um filme de terror caminha mesmo na trilha do terror psicológico deixando apenas portas abertas para alucinações, maldições, ou qualquer coisa parecida com isso. Poderia ser classificado como um suspense investigativo ou até mesmo um drama sobre relacionamentos.
Na trama, ambientada na década de 70, conhecemos o casal
apaixonado Beto (Tenoch Huerta) e
Diana (Ariana Guerra) que estão à
espera de seu primeiro filho. Quando o primeiro consegue um emprego de gerente
de uma fazenda no interior da Califórnia, ambos embarcam para o lugar e são
recebidos por toda uma comunidade descendentes de países da língua espanhola. Não
conseguindo se enturmar com as mulheres locais, talvez pela distância da língua
nativa que Diana não domina, ela passa a conviver com algumas situações
esquisitas que podem estar ligadas ao passado do lugar.
A personagem principal até é bem construída, o entorno dela
é bem detalhado. Ainda nos primeiros arcos, o projeto procura situar o
espectador sobre a questão dos imigrantes nos EUA na década de 70 e as
dificuldades que ela enfrenta em não falar espanhol em uma comunidade de
imigrantes que gostam de falar sua língua nativa. Nessa ótica há contornos
sobre a solidão, ou pelo menos se sentir sozinho, as razões e emoções das
incertezas de um novo lugar.
Há uma batalha no background sobre a fé contra o que é
empírico, não é profundo mas é perceptível. O roteiro se aproveita dessa deixa
para tentar criar um clima de tensão aliado a uma fotografia competente que
busca por imagens e uma boa direção mostrar aquilo que objetiva ao espectador
mesmo que em alguns momentos complica mais que explica. Tudo faz mais sentido quando
entendemos sobre o que realmente de fato é sobre essa história.