As dificuldades no relacionamento entre dois irmãos completamente diferentes. Focando na história de uma família ligada ao universo da Luta Livre de mentirinha (aquelas lutas onde heróis e vilões brigam sem golpes que acertam), Heels chegou de mansinho, sem muito alarde, no ainda pouco conhecido streaming Starzplay. Com oito episódios nessa primeira temporada, o roteiro segue para caminhos bem profundos e outros ainda rasos se tornando interessante para pontos reflexivos quando pensamos em família, negócios no complicado e cheio de atalhos universo do entretenimento. Criada por Michael Waldron (showrunner do aclamado LOKI), Heels tem como protagonistas Stephen Amell e Alexander Ludwig.
Na trama, conhecemos Jack (Stephen Amell), um pai de família que após o suicídio do pai, um
famoso ex-lutador de luta livre na cidade onde mora, resolve assumir os
negócios dele, um empreendimento, ou Dome, uma arena de lutas onde a cada
semanas lutadores performáticos lutam pelo tão sonhado cinturão. Jack também
luta, é o grande vilão dessa luta de encenação que atrai bastante público. Seu
irresponsável e imaturo irmão Ace (Alexander
Ludwig) é o herói das lutas mas isso acaba mudando bastante com o
desenrolar dessa primeira temporada. Os conflitos preenchem muitas lacunas ao
longo dos oito episódios sempre caminhando na linha complexa dos heróis e
violões, uma marca inteligente desse bom seriado.
Os personagens que cercam os protagonistas adicionam muito à
trama, seja os lutadores com pouco espaço de cena ou mesmo Staci (Alison Luff), esposa de Jack, que parece
ser a única a quem ele escuta. Ela é peça fundamental nas viradas da trama,
principalmente quando Jack entra em modo inconsequente praticamente virando o
grande complicador de muitas situações que acontecem. Do lado de Ace, parece
estar ligado sempre Crystal (Kelli
Berglund), disparada a melhor personagem da série, uma jovem que tem o
sonho de ser lutadora mesmo ainda sendo alvo do machismo que reina nesse meio.
A troca de papéis entre mocinhos ou vilões acontece a todo
instante, ninguém é santo nessa história que fala muito sobre inconsequência e
imaturidade, sobre fatos presos em um passado e como isso acaba definindo atitudes
em um presente tão cheio de variáveis incontroláveis.
Tomara que renove para a segunda temporada.