Quando a foça da história é mais forte que qualquer outro detalhe. Um dos maiores sucessos da Broadway dos últimos anos, inclusive ganhador de diversos prêmios do universo do teatro, Querido Evan Hansen enfim ganhou sua tão aguardada versão cinematográfica. Tocando em temas fortes e bastante profundos sob ponto de vista de uma adolescência repleta de dúvidas e medos o filme flerta com a melancolia a todo instante buscando gerar pontos reflexivos sobre diversos temas que são encontrados facilmente na realidade. Dirigido pelo especialista em adaptações Stephen Chbosky (já dirigiu As Vantagens de Ser Invisível e Extraordinário) o musical buscou a força e conhecimento do protagonista da peça na Broadway, Ben Platt, o que, por mais que ele conheça de cabo a rabo o personagem é muito mais velho que a idade do protagonista hoje em dia o que pode gerar um estranhamento bem grande quando pensamos nisso. Passando por cima dessa informações e se prendendo ao que vemos como trajetória dos personagens o filme pode agradar bastante.
Na trama, conhecemos o jovem e pacato Evan (Ben Platt). Ele está quase concluindo o
ensino médio norte-americano mas se encontra em dúvidas sobre várias questões,
não sabendo lidar com sua marcante solitude, problemas no relacionamento com a
trabalhadora e guerreira mãe a enfermeira de vários plantões Heidi (Julianne Moore). Após se machucar de
uma maneira a princípio não muito bem explicada, ele engessa o braço e volta a
frequentar a escola. Nos dias que se sucedem acaba tendo uma única interação
com um aluno problemático chamado Connor (Colton
Ryan), e em um ato isolado, esse acaba assinando seu gesso que estava em
branco. No dia seguinte Evan descobre que Connor se suicidou e a família de
Evan acha uma carta o que faz todos pensarem que Connor e Evan eram grandes
amigos. A partir disso, uma série de situações acontecem transformando a vida
de Evan para sempre.
Muito competente na estrutura dos atos, em Querido Evan Hansen vemos uma
introdução profunda com as características do protagonista sendo bem detalhadas
e todo seu entorno que obviamente é análoga ao campo da solidão, depois
passamos para os conflitos e eles são muitos não só de Evan mas de outros
personagens que começam a aparecer e contribuir para as ações inconsequentes de
muitos desses conflitos mencionados, isso tudo consegue, como estrutura de
narrativa, levar o espectador aos atos finais cheios de simbolismos em um
desfecho satisfatório e porque não dizer emocionante.