A busca pela essência do lado sombrio dentro de reflexivas expressões emocionais. Chegou aos cinemas, finalmente, mais um filme de um dos mais conhecidos e queridos super-heróis dos quadrinhos, The Batman. No filme, dirigido pelo cineasta nova iorquino Matt Reeves, vemos o protagonista nos seus primeiros anos de luta, descobrindo como proteger a poderosa cidade de Gotham do total caos do cotidiano passando por uma auto descoberta de personalidade muito profunda impulsionada por traumas de um passado que não consegue esquecer. Trabalhando esse psicológico complicado do personagem, tantas vezes trazido para o cinema, o roteiro corre o risco de perder o fôlego em alguns momentos, sendo até mesmo redundante em detalhes, crescendo quando outros fortes personagens se juntam ao suspense investigativo que se molda. The Batman é um filme para fãs do personagem, que conhecem passagens dos quadrinhos, e uma apresentação de um recorte sombrio do mesmo para a nova geração.
Na trama, conhecemos o pacato e introspectivo Bruce Wayne (Robert Pattinson), um herdeiro
bilionário que durante a noite é um justiceiro que mapeia Gotham City atrás de
justiça. Quando uma série de assassinatos misteriosos começam a acontecer,
sempre com um bilhete de charada direcionado para conclusões do Homem-Morcego,
o protagonista se une ao fiel escudeiro Alfred (Andy Serkis) inspetor da Polícia James Gordon (Jeffrey Wright) em busca da solução de quem está por trás dos
crimes. Paralelo a isso, somos apresentados a uma trama dos bastidores do crime
na cidade, onde conhecemos o temido chefão Carmine Falcone (John Turturro), a justiceira Selina (Zoë Kravitz), Oswald Cobblepot (o Pinguim,
Interpretado por Colin Farrell),
entre outros. Assim, esses paralelos irão se juntar para nos mostrar segredos
dos que cercam o passado do super-herói.
Pavimentando a nova saga, o novo recorte, da história de Batman, Matt Reeves e companhia adaptaram a essência de histórias em
quadrinho protagonizadas por ele, como: Year
One (1987) e The Long Halloween
(1996-1997). Assim, somos levados para uma Gotham City como sempre conhecemos,
repleta de problemas políticos, submundo do crime dominando ações e vilões de
todos os tipos espalhando o caos por onde passam. Batman está ainda em fase
inicial de sua jornada como justiceiro, com vingança no nome, tomado por um
psicológico conturbado, longe mesmo de cenário mais narcísico como visto nos
disfarces de Bruce Wayne em adaptações anteriores.
Nesse super lançamento de 2022, Batman é mais um
investigador. Esse filme se molda em torno mais de mistérios do que de uma ação
preponderante incisiva. Aqui peças se encaixam com dificuldade, para muitos é
um novo retrato de um emblemático personagem, como é o primeiro de prováveis
outras produções reúne-se em detalhes a todo instante para buscar explicações
dentro de um passado e conflitos que não estava preparado, como os pecados do
pai. O despertar dos verdadeiros vilões é uma construção muito bem feita,
destaque para os ótimos Charada (Paul
Dano) e o início da jornada de um dos mais famosos vilões, o Pinguim (com Colin Farrell irreconhecível pela
maquiagem e em atuação destacada).
Com sua narrativa surpreendente, complexa estruturalmente na
forma como é contada esse recorte, esse ponto de partida de descobertas em
muitos sentidos do personagem, The
Batman é um filme que reflete sobre a dor, sobre a indignação, um furacão
de emoções em conflitos dentro de um herói que precisa escolher em ter que
fazer o bem ou querer fazer o bem.