Os choques na maneira de enxergar o mundo. Remake de um ótimo filme francês (e sucesso de bilheteria), chamado O Orgulho, essa versão alemã dessa história de um conturbado relacionamento, ligado pelas linhas de ensino, entre um arrogante professor e uma aluna descendente de imigrantes marroquinos nos leva a enormes pontos de reflexões sobre uma Europa atual e a visão sempre polêmica sobre a questão dos imigrantes. Com mais profundidade que a versão original, o longa-metragem dirigido pelo cineasta alemão Sönke Wortmann mostra que um remake pode ser mais impactante que uma obra original. O filme está disponível no catálogo da HBO Max.
Na trama, conhecemos a esforçada estudante Naima (Nilam Farooq) que após muita luta
conseguiu entrar na prestigiada Universidade de Frankfurt para estudar direito.
Ela vive em um apartamento de classe média baixa com a mãe (que é uma
bioquímica mas na Alemanha conseguiu outro trabalho) e os dois irmãos. Certo
dia, logo em seus primeiros dias no novo curso, acaba chegando atrasada na aula
do professor Richard (Christoph Maria
Herbst), um homem arrogante, com um passado ligado à uma tragédia, que a
trata de forma muito cruel à expondo na frente de todos os outros alunos. Um
concurso de debates acaba sendo um elo que vai aproximar esses dois personagens,
completamente diferentes.
Qual o papel do professor? Nessa jornada dramática de pouco
mais de 100 minutos de projeção vamos pensando sobre essa pergunta
constantemente através da força que tem o poder da palavra aqui na narrativa um
objetivo de impactar os rumos de uma jovem de forma bastante significativa. Os
meios de se chegar a esse objetivo é que a razão de outros debates, talvez um
recorte na visão do mundo de duas pessoas que enxergam um elo em comum mas que
tem visões e experiências completamente diferentes. O roteiro adaptado consegue
ir de forma profunda nas calos da história alemã além de reunir diálogos para
reflexões sobre diversos paralelos com religiões, diferentes culturas,
preconceito, imigração.