A atualidade, o amor e as angústias existenciais. Abordando diversos conflitos em torno do amor de dois jovens, um deles já na casa dos 30 anos, a mais recente produção da Netflix a entrar no catálogo da poderosa do streaming é uma comédia que se enrola no seu dinamismo e chega em seu desfecho se abraçando nos clichês. O objetivo de refletir sobre diversos temas, dentro de uma angústia existencial, que vão desde religião até o preconceito, se atropela com a necessidade de evidenciar os conflitos. O projeto marca a estreia na direção de longa-metragem de Kenya Barris, criador da premiada série de comédia Black-Ish.
Na trama, conhecemos Ezra (Jonah Hill), um homem branco, judeu, que está em um trabalho que
não gosta mas tem o sonho de viver do podcast que tem com a melhor amiga Mo (Sam Jay). Certo dia, após entrar em um
carro achando que era o Uber que havia pedido, acaba conhecendo Amira (Lauren London) uma jovem negra,
descendente de muçulmanos, super alegre, que trabalha com figurinos. Eles logo
se aproximam e se apaixonam. Quando resolvem se casar acabam tendo que conhecer
mais profundamente a família um do outro, e aí vários conflitos acontecem
principalmente com o pai dela Akbar (Eddie
Murphy) e a mãe dele Shelley (Julia
Louis-Dreyfus).
Qual o seu lugar no mundo? Rodado todo em Los Angeles, na
Califórnia, o projeto se joga em uma investigação sobre o existir de alguns
conflitos, que vão desde questões profissionais até pessoais, trazendo a
realidade de alguns desses para diálogos inteligentes e dinâmicos. Culturas
conflitantes viram esquetes com seus entendimentos nas entrelinhas. Até mesmo
um olhar para um embate de gerações diferentes é visto, só que de maneira bem
suave, nada explícita.
O amor é uma variável importante nessa história, e aqui a
chegada dos clichês tornam bastante previsíveis os desfechos. Mas é importante
um olhar atento para as mensagens que a produção deixa pelo caminho,
principalmente no subtópico do amor, a angústia existencial reina nas dúvidas e
conflitos que giram em torno dos personagens algo que pode fazer o espectador
ser fisgado.