Quando pensamos em roubo mirabolantes – beirando ao inacreditável –, a primeira pergunta que vem na cabeça é: como isso foi possível? Trazendo detalhes sobre um curioso crime ocorrido no maior museu de arte do mundo, o Louvre, chegou à HBO MAX um média-metragem documental que explica, passo a passo, o que aconteceu na manhã do dia 19 de outubro deste ano, quando algumas peças da coroa francesa foram roubadas – e, até agora, não encontradas.
O Louvre, com seus mais de 200 metros quadrados, foi
inaugurado em 1793 e logo se tornou um importante ponto turístico da capital
francesa, foi e sempre será um lugar conhecido no mundo todo. Talvez por isso o
choque diante do ocorrido. Criminosos - provavelmente não tão profissionais - subiram
uma escada acoplada a um veículo e entraram por uma das janelas, localizada em
um ponto cego de uma das câmeras do complexo. Após uma rápida ação criminosa na
Galeria d’Apollon, fugiram em scooters. Mas como ninguém fez nada?!
Reunindo uma série de depoimentos de especialistas em artes
e segurança, testemunhas, autoridades e até mesmo ex-ladrões famosos, O Grande Roubo do Louvre: O Crime Minuto a
Minuto embarca em uma reconstituição detalhada, através das informações
públicas disponíveis, de uma ação delituosa que durou menos de 10 minutos, mas
deixou as marcas de insegurança em um lugar onde a história se mantém viva.
Com muitos questionamentos, mas sem uma incursão crítica
profunda – talvez em razão da rapidez na produção de um documentário sobre um
crime que ocorrido há menos de três meses -, a narrativa se joga nos processos
comportamentais dos criminosos, explorando de forma geral as motivações,
planejamento e execução: um combo da psicologia criminosa amplamente debatido
por parte dos entrevistados.
O fato, por si só, coloca na vitrine da opinião pública o
fator segurança em um lugar que é um dos mais frequentados do mundo - algo que
chegamos pelas entrelinhas do que vemos. Além desse problema, no exato momento
que escrevo esse texto, o Louvre amanheceu com uma greve de funcionários, que
reivindicam melhores salários e melhores condições de trabalho. Parece que há
muito o que se repensar sobre a administração do museu – que é feita por uma
entidade pública chamada Établissement public du musée du Louvre, sob a
supervisão do Ministério da Cultura da França.
