Fugindo de qualquer zona de conforto e se arriscando no sensorial, a co-produção Brasil e França, Vulkan, é um filme quase sem falas, que repousa suas contemplações na sensualidade e da erupção do prazer questionando sem pressa as relações convidando o público a sentir e interpretar, longe de qualquer estrutura careta de um roteiro previsível. Dirigido por Julia Zakia, esse interessante curta-metragem foi selecionado para a mostra competitiva nacional do Fest Aruanda 2025.
Três personagens e a filosofia relacional do poliamor são as
peças centrais desse projeto que celebra o sentimento mais poderoso que existe.
Da leveza da felicidade às intensidades da intimidade e aos momentos de
reflexão, somos conduzidos para refletir sobre essa dinâmica afetiva. Em cena,
as atrizes brasileiras Bruna Linzmeyer e Georgette Fadel se juntam à francesa Mata Gabin, compondo um retrato poético
sobre o que transborda na imprevisibilidade e no desejo ardente.
Há uma certa poesia que paira sobre a atmosfera desse
projeto, que apresenta uma estética apurada, fruto de uma fotografia que busca
um olhar observador bem próximo das interações dos personagens, criando um
forte vínculo emocional - também em relação ao lugar. Essa proximidade é a
força de uma narrativa que se reflete através de imagens e movimentos, ganhando
sentido conforme o filme avança para as intimidades, transformando-se em um
registro experimental, com seus méritos, que envolve.
