04/05/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #404 - Leticia Bay


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Balneário Camboriú (Santa Catarina). Leticia Bay tem 34 anos, é jornalista, pós-graduada em Produção Audiovisual, estudante de Licenciatura em Letras Português, amante e estudiosa da sétima arte. Natural de Porto Alegre RS, atualmente mora em Balneário Camboriú. Se formou em jornalismo pela PUCRS e depois fez pós graduação em Produção Audiovisual pela Facha (RJ). Atualmente trabalha como redatora publicitária em uma agência de publicidade. É apaixonada por cinema, televisão e fotografia desde cedo. É viciada em Netflix (o TCC da sua pós foi sobre a Netflix).

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Ainda não consegui conhecer os cinemas da minha cidade, pois quando me mudei para Balneário Camboriú, já estávamos na pandeia. Quando morei no Rio de Janeiro, minhas salas prediletas eram as do Estação Net de Botafogo, por terem programações alternativas, com filmes nacionais e lançamentos com alguns diretores, e o Espaço Itaú de Cinema, que exibe tanto filmes que estão em alta no circuito nacional e internacional, quanto filmes não tão badalados. Em Porto Alegre eu frequentava muito o Cine Bancários, que tem uma proposta semelhante a do Estação Net no Rio, com lançamentos e até bate-papos com diretores e a Sala de Cultura Mário Quintana, que prestigia grandes nomes do cinema gaúcho e nacional, com valores de entrada acessíveis.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O filme que me fez despertar a paixão e curiosidade pelo cinema foi Janela Indiscreta, de Hitchcock. Esse filme não é da minha geração, mas quando assisti passei a achar cinema sensacional A partir daí, senti vontade de estudar e pesquisar mais sobre audiovisual e sobre os diretores de cinema. Já o primeiro filme que me fascinou, assistindo em uma sala de cinema, foi Central do Brasil, de Walter Salles, com a espetacular Fernanda Montenegro e sua impecável atuação.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Como amante do cinema nacional, meu diretor favorito é Walter Salles e, para mim, seu melhor filme é Central do Brasil.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Sou muito admiradora do cinema nacional e poderia citar aqui vários filmes que eu gosto. Mas, o meu favorito por enquanto é Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund. Um filme emocionante, ousado e desafiador, com roteiro, produção e direção sensacionais.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Para mim, ser cinéfilo é muito mais do que ser apenas um mero espectador. Pessoas cinéfilas realmente amam o cinema, estudam sobre a sétima arte, seus diferentes gêneros e sobre seus diretores preferidos. Acredito que os verdadeiros admiradores do cinema procuram assistir filmes alternativos e não apenas os grandes sucessos e gostam de estar informados sobre as notícias e lançamentos do universo audiovisual.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programações feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que uma minoria possui esse tipo de programação. A maior parte dos cinemas prefere investir em blockbusters e filmes mais comerciais.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não acredito nisso. Muitas vezes já se especulou o fim do cinema, assim como o fim dos livros, das pinturas, da fotografia, do rádio e da televisão. O cinema oferece uma experiência única, muito diferente de assistir a um filme em casa. Com o sucesso das plataformas de streaming e com o maior custo para frequentar o cinema, o público deve diminuir, mas acabar nunca.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Mãos talentosas: A história de Ben Carson, de Thomas Carter.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Infelizmente não. Mas como já iniciamos a vacinação, acredito que em breve poderemos voltar às salas de cinemas sem medo.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Eu vejo que o cinema brasileiro evoluiu muito, não apenas na questão do som, que antigamente foi muito criticada, mas também na qualidade de suas produções, roteiros, efeitos e atuação dos atores.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro. Vejo todos os filmes com ela.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Eu diria que o cinema é a janela da alma. É até nome de documentário, hehehe.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Acho que a única coisa inusitada que já vi no cinema foi alguém dormindo durante o filme. Inclusive, presenciei mais de uma vez.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras…

Segura o Tchan! Hahaha!

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Com certeza. Eu nem sabia que existiam diretores que não são cinéfilos. Isso é possível?

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

As Panteras, de 2000 (não assisti o mais atual).

 

17) Qual seu documentário preferido?

Edifício Master, de Eduardo Coutinho.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim, ao final de A Garota Dinamarquesa e Joker por ter achado as atuações de Eddie Redmayne e Joaquin Phoenix espetaculares.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cidade dos Anjos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Difícil falar um só, porque leio vários, então vou dizer mais eu mais leio: Omelete, Filme B,

Guia do Cinéfilo e Adoro Cinema.

 

 

 

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03/05/2021

Entrevista | Cavi Borges - Co-realizador do Festival Estação Virtual


Se tem alguém que todo mundo conhece no audiovisual carioca, esse alguém é Cavi Borges. Carioca, ex-judoca profissional (quase atleta olímpico), pai, um guerreiro do cinema, produtor, diretor, dono de locadora (sim, elas ainda existem!), nosso entrevistado passou por um drama recentemente, foi pego pela Covid, passou 15 dias no CTI e 4 dias entubado.


Ainda recuperando as forças para chegar aos 100%, esse jovem de 45 anos, responsável pela produtora CAVIDEO, desenvolveu uma parceria com o famoso Grupo Estação, do Rio de Janeiro, e assim nasceu o Festival Estação Virtual, evento esse que vai de 6 a 31 de maio, de maneira gratuita e online, onde vão ser exibidos cerca de 180 produções brasileiras: curtas e longas, ficções e documentários relevantes na história do Estação e do cinema brasileiro.




Para nos contar um pouco sobre esse mega festival, fomos conversar com esse eterno guerreiro amante da sétima arte.

 

1) Como surgiu o convite para ajudar na curadoria e produção do Festival Estação Virtual?


Cavi Borges: Já desenvolvo muitas parcerias com o Grupo Estação, que vão de Mostras, Cineclubes e até uma sala de Teatro/Cinema que eles emprestaram para a Cavideo no Estação Net Botafogo para fazermos nossas Peças-Filmes.


Esse convite foi para unir forças, conhecimento e contatos para fazer uma plataforma digital para o Estação e que pudesse ser usado também pela Cavideo e outros parceiros. Nesse momento que todos se encontram com dificuldades financeiras, a união e a parceria são uma grande possibilidade para sobrevivermos.


Além de curador, a Cavideo é Co-Realizadora do Festival. Uma honra para mim que teve nos cinemas do Estação a possibilidade de ver os primeiros filmes de arte e mais pra frente ser o cinema oficial das estreias das nossas produções.

 

 

2) Como vocês chegaram a esses títulos? Foi por escolha ou mais no sentido dos filmes que conseguiam? Teve algum título que foi mais difícil conseguir para ser exibido?


Cavi Borges: A curadoria foi feita pela Adriana Rattes (coordenação geral), Bebeto Abrantes (sessão de longas doc. e pré estreias), Luiz Eduardo (longas de ficção), Liliam Hargreaves (longas), Anna Fabry (longas), Fabricio Duque (curtas) e eu participei um pouco de todas as curadorias e da coordenação geral também, ao lado da Adriana.


Nos baseamos nos filmes exibidos nos cinemas do Estação nesses últimos 35 anos e também em diretores que participaram dessa história. Todos realizadores que convidamos nos receberam de braços abertos. Impressionante como os cinemas do Estação são queridos e participaram da história desses diretores. Cada um tem uma história que passou nos cinemas. Influenciou muito o cinema brasileiro nesses 35 anos.


Nossa dificuldade em conseguir a liberação dos filmes foi grande em função dos contratos que cada filme tem com as diversas plataformas digitais já existentes. Mas fomos aos poucos conseguindo tudo. Vale destacar que o Canal Brasil resolveu co-pratrocinar o Festival liberando todos seus filmes. Isso nos ajudou muito!

 


3) O Grupo Estação, famoso empreendimento cultural, administrador de várias salas na zona sul carioca, um dos pilares do Festival do Rio de Cinema (que não teve edição, nem virtual, ano passado), é um dos produtores desse festival. É possível ter exibições presenciais mais pra frente desse festival ou é um festival apenas de uma edição e online?

 

Cavi Borges: Esse Festival foi pensado para ser apenas virtual e online e testar essa plataforma online que o Grupo Estação está criando. Eles perceberam que não dá mais para fugir das plataformas online. O presencial vai seguir mas agora vão ter os filmes online também. Esse Festival será esse primeiro teste.

 


4) Desses filmes da lista (ótima, por sinal), quais você conferiu na própria sala do estação ao longo desses anos todos de Grupo Estação?


Cavi Borges: Vários eu assisti nos cinemas do Estação. Principalmente após 1997 quando passei frequentar mais essas salas. O Estação inaugurou em 1985 com o filme do Arnaldo Jabor: Eu Sei Que Vou Te Amar. Nessa época ainda era judoca e nem pensava em cinema ainda. Mas imagino como deve ter sido maravilhoso a abertura de uma sala na Zona Sul do Rio em 1985 passando nossos filmes. 

 





5) Você pegou Covid semanas atrás e te atingiu de maneira grave, você inclusive precisou ser entubado. Recentemente recebeu inúmeras homenagens de pessoas que reconhecem toda sua contribuição ao audiovisual brasileiro além da pessoa que és. Qual foi o sentimento quando sentiu essa onda de carinho de todos ao seu redor? Você já pensou em filmar sobre essa história que passou?


Cavi Borges: Nossa! Foi maravilhoso e emocionante ver tantas mensagens de carinho e afeto. Me deu força e me fortaleceu nessa recuperação que estou passando. Foram 15 dias no CTI e 4 entubados. Um pesadelo. Nunca imaginei que eu, um ex-judoca passaria por isso. A situação ainda está muito séria. Precisamos nos cuidar e nos mantermos isolados. Mesmo depois de 1 ano precisamos continuar nos cuidando. As coisas ainda estão muito sérias. Ainda não acabou. No hospital vi vários jovens como eu sendo internados. Alguns não resistiram. Eu só posso agradecer aos meus médicos e enfermeiros que realmente são além de especialistas, pessoas humanas e amorosas. Se emocionavam quando nos viam melhorando. Coisa linda de ver.


Com certeza essa experiência louca dá filme!!!! Mas acho que mais pra frente! Já distanciado desse momento louco que vivi. Nos momentos mais difíceis que passei, ficava pensando em quando tudo isso acabar logo e poder fazer a coisa que mais gosto:  VER FILMES !!!!

 

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Festival Estação Virtual - 35 anos de Cinema Brasileiro - de 6 a 31 de maio


Como forma de resistir a este período pandêmico e ir até onde está o público, o Circuito Estação NET de Cinema apresenta o Festival Estação Virtual – 35 anos de Cinema Brasileiro – Panorama da Ficção Nacional / Panorama do Documentário Nacional, sua primeira mostra digital.


O Festival vai exibir cerca de 180 produções brasileiras: curtas e longas, ficções e documentários relevantes na história do Estação e do cinema brasileiro. Além dos filmes, o Festival vai promover debates com críticos, produtores e realizadores para revisitar a diversa, plural e expressiva produção brasileira dos últimos 35 anos. O Festival está dividido em Panorama da Ficção Nacional, Panorama do Documentário Nacional, Pré Estreias e Curtas.


Na seleção estão desde o emblemático Eu sei que vou te amar, de Arnaldo Jabor, filme que marcou a abertura do então Estação Botafogo, em 1985, passando por Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho, Dias Melhores Virão, Cacá Diegues (longa que abriu a primeira mostra de cinema do Estação – Mostra Banco Nacional),  Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos, Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho, Separações, de Domingos Oliveira, Pequeno Dicionário Amoroso, de Sandra Werneck, Os Matadores, de Beto Brant à recentes produções como Divinas Divas, de Leandra Leal, Estou me Guardando pra quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes, Auto de Resistência, de Natasha Neri / Lula Carvalho, Bixa Travesty, de Claudia Priscila / Kiko Goifman, Hoje eu quero voltar sozinho, de Daniel Ribeiro, entre outros. 


Na seção de curtas, raridades e premiados como A Dama do Estácio, de Eduardo Ades com Fernanda Montenegro, Ilha das Flores, de Jorge Furtado, Meu Compadre Zé Keti, de Nelson Pereira dos Santos, Documentário, de Rogério Sganzerla, Alfazema, de Sabrina Fidalgo, Lá e Cá de Sandra Kogut, com Regina Casé, Recife Frio, de Kleber Mendonça. 

 

Longas e curtas, como Caruatá – Vejo o Lugar que me vê, de Walter Carvalho, Ruivaldo o Home que salvou a Terra, de Jorge Bodanzky, A Revolta dos Malês, de Belisário Franca e Jefferson De são algumas das produções que completam a seção de Pré Estreias.




ESTAÇÃO VIRTUAL - PANORAMA DA FICÇÃO NACIONAL


Eu Seu Que Vou te Amar, de Arnaldo Jabor – Filme que inaugurou o então Estação Botafogo, 1985

A Hora da Estrela, de Suzana Amaral

Amarelo Manga, de Claudio Assis

A Febre, de Maya Da-Rin

A Ostra e O Vento, de Walter Lima Junior

A Serpente, de Jura Capela

Antes do Fim, de Cristiano Burlan

Areias Escaldantes, de Franisco de Paula

BR 716, de Domingos de Oliveira

Separações, de Domingos de Oliveira

Branco Sai, Preto Fica, de Adirley Queiroz

Baile Perfumado, de Lirio Ferreira e Paulo Caldas

Casa Grande, de Fellipe Gamarano Barbosa

Cafuné, de Bruno Vianna

Cazuza – O tempo não Para, de Walter Carvalho, Sandra Werneck 

Cidade Baixa, de Sérgio Machado

Cidade de Deus, de Fernando Meirelles

Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes

Como é Cruel Viver Assim, de Julia Rezende

Como ser Solteiro, de Rosane Svartman

Corpo Elétrico, de Marcelo Caetano

Dias Melhores Virão, de Cacá Diegues – filme de abertura da então Mosta Banco Nacional 

Um Trem Para as estrelas, de Cacá Diegues

Deus É Brasileiro, de Cacá Diegues

Veja Esta Canção, de Cacá Diegues

5 Vezes Favela, Agora Por Nós Mesmos, de Coletivo – produção de Carlos Diegues

Divino Amor, de Gabriel Mascaro

Dois Perdidos Numa Noite Suja, de José Joffily

Éden , de Bruno Safadi

Esse Amor Que Nos Consome, de Allan Ribeiro

Fado Tropical, de Cavi Borges

Guerra de Canudos, de Sergio Rezende

Lamarca, de Sergio Rezende

Guerra do Paraguay, de Luiz Rosemberg Filho

Hoje eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro

Introdução A Música do Sangue, de Luiz Carlos Lacerda

Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho

Mutum, de Sandra Kogut

Nervos de Aço, de Maurice Capovilla

Nome Próprio, de Murilo Salles

O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco

O Céu de Suely, de Karim Aïnouz

O Exercício do Caos, de Frederico Machado

O Homem Nu, de Hugo Carvana

O Quatrilho, de Fábio Barreto

O Uivo da Gaita, de Bruno Safadi

Os Sonâmbulos, de Tiago Mata Machado

Os Matadores, de Beto Brant

Pendular, de Julia Murat

Pequeno Dicionário Amoroso, de Sandra Werneck

Ralé, de Helena Ignez

Benzinho, de Gustavo Pizzi

Riscado, de Gustavo Pizzi

Sinfonia da Necróple, de Juliana Rojas

Vazante, de Daniela Thomas 

Vende-se Esta Moto, de Marcus Faustini

Praça Paris, de Lucia Murat

Tatuagem, de Hilton Lacerda

O Palhaço, de Selton Mello

Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodansky

O Ano em que Meus Pais Sairam de Férias, de Cao Hamburguer

Lisbela e O Prisioneiro, de Guel Arraes

Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos

Estômago, de Marcos Jorge

O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho

O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia



ESTAÇÃO VIRTUAL – PANORAMA DO DOCUMENTÁRIO NACIONAL


500 Almas, de Joel Pizzini

A Alma do Osso, de Cao Guimarães

A Batalha do Passinho, de Emilio Domingos

À Margem da Imagem, de Evaldo Mocarzel

A Mulher de Luz Própria, de Sinai Sganzerla

A Música Segundo Tom Jobim, de Nelson Pereira dos Santos

Cinema de Lágrimas, de Nelson Pereira dos Santos

América Armada, de Alice Lanari e Pedro Asbag

Angel Viana, de Cristina Leal

Auto de Resistência, de Natasha Neri / Lula Carvalho

Bixa Travesty, de Claudia Priscila / Kiko Goifman

Cartola, de Lirio Ferreira

Cassia Eller, de Paulo Henrique Fontenelle

Cativas - Preso Pelo Coração, de Joana Nin

Cauby Peixoto - Começaria Tudo Outra Vez, de Nelson Hoinnef

Cicero Dias - O Cumpade do Picasso, de Vladimir Carvalho

Cidadão Boilense, de Chaim Litewski

Cidade de Deus - 10 Anos Depois, de Luciano Vidigal / Cavi Borges

Cidade Invisível, de Terêncio Porto

Cinema Novo, de Eryk Rocha

Cora Coralina, de Renato Barbieri 

Crônica da Demolição, de Eduardo Ades

Dedo na Ferida, de Silvio Tendler 

Jango, de Silvio Tendler

Deixa Que Eu Falo, de Eduardo Escorel

Divinas Divas, de Leandra Leal

Do Luto a Luta, de Evaldo Mocarzel

Domésticas, de Gabriel Mascaro

Em Busca de Um Lugar Comum, de Felippe Mussel

Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes

Excelentíssimos, de Douglas Duarte

Fevereiros, de Marcio  Debellian

Henfil, de Angela Zoé

Iluminados, de Cristina Leal

Inaudito, de Gregório Gananian e Danielly O.M.M.

Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho

Janela da Alma, de Walter Carvalho

Raul - O Inicio, O Fim, O Meio, de Walter Carvalho

Juizo, de Maria Augusta Ramos

Marcos Medeiros: Codinome, de Vicente Duque Estrada

Mataram Meu Irmão, de Cristiano Burlan

Meia Hora e As Manchetes que Viram Manchetes, de Angelo Defanti

Memória Para Uso Diário, de Beth Formaggini

Meninas, de Sandra Werneck

Menino 23, de Belisário França

Mentiras Sinceras, de Pedro Asbeg

Missão 115, de Silvio da Rin

O  Rap do Pequeno Príncipe, Contra as Almas Sebosas, de Paulo Caldas / Marcelo Luna

O Chamado de Deus, de José Joffily

O Corpo É Nosso, de Thereza Jessouron

O Desmonte do Monte, de Sinai Sganzerla

O Processo, de Maria Augusta Ramos

Onde a Terra Acaba, de Sergio Machado

Oscar Niemeyer - A Vida é Um Sopro, de Fabiano Maciel

Pan-cinema Permanente, de Carlos Nader

Paralelo 10, de Silvio Da-Rin 

Paulinho da Viola - Meu Tempo É Hoje, de Izabel Jaguaribe

Pierre Verger, Mensageiro entre dois Mundos, de Lula Buarque de Holanda

Pindorama, de Roberto Berliner

Santiago, de João Moreira Salles

Semente da Música Brasileira, de Patricia Terra

Serra Pelada, de Victor Lopes

Seres, Coisas, Lugares, de Suzana Macedo

Setenta, de Emilia Silveira

Simonal - Ninguem Sabe o Duro que dei, de Claudio Manoel

Torquato Neto - Todas as horas do fim, de Eduardo Ades, Marcus Fernando

Torre das Donzelas,  de Suzanna Lira

Uma Longa Viagem, de Lúcia Murat 

Uma Noite em 67,  de Renato Terra / Ricardo Calil

Um Passaporte Húngaro, de Sandra Kogut

Vou Rifar Meu Coração, de Ana Rieper

You tubers, de Sandra Werneck e Bebeto Abrantes

 

 

CURTAS FIC: 

 

A Dama do Estácio Direção: Eduardo Ades 

A Vez de Matar a Vez de Morrer Direção : Giovani Barros 

A Distração de Ivan Direção: Cavi Borges e Gustavo Melo

Alfazema Direção: Sabrina Fidalgo 

BatImam e Robim Direção : Ivo Branco 

Café com Leite Direção: Daniel Ribeiro 

Cartão Vermelho Direção: Lais Bodanzky 

Documentário Direção: Rogério Sganzerla 

Entre Paredes Direção : Eric Laurence 

Lá e Cá Direção: Sandra Kogut

Lá do Alto Direção: Luciano Vidigal 

Litania da Velha Direção : Frederico Machado.

Meu Preço Direção: Hsu Chien 

O dia em que Dorival encarou a Guarda Direção : Jorge Furtado, José Pedro Goulart 

O dia em que Macunaíma e Gilberto Freyre visitaram o terreiro da Tia Ciata Direção : Sérgio Zeigler e Vitor Angelo

O Resto é Silêncio Direção : Paulo Halm 

Personal Vivator Direção: Sabrina Fidalgo 

Recife Frio Direção: Kleber Mendonça Filho 

Sete Minutos Direção: Julio Pecly, Paulo Silva e Cavi Borges 

Um sol alaranjado Direção : Eduardo Valente 

Vestido de Laerte Direção: Claudia Priscilla e Pedro Marques

Viver a Vida Direção : Tata Amaral 

 

 

CURTAS DOCS:


A Maldita Direção : Tetê Mattos 

A Miss e o Dinossauro Direção : Helena Ignez 

As constituintes de 88 Direção : Gregory Baltz 

Amnestia Direção: Sasanna Lira 

Borá Direção: Angelo Defanti 

Cine Paissandu Direção : Christian Jafas 

Como se morre no cinema Direção: Luelane Loiola Corrêa

Domicílio incerto Direção : Davi Mello e Deborah Perrotta 

Dreznica Direção: Anna Azevedo 

Em busca de um lugar comum Direção: Felippe Schultz Mussel 

Eu preciso destas palavras escritas Direção: Milena Malfredini, Raquel Fernandes 

Ilha das Flores Direção : Jorge Furtado

Projeto Beirute Direção: Anna Azevedo 

Recife de dentro pra fora Direção: Katia Mesel 

República das Saúvas Direção + montagem + roteiro: Piero Sbragia 

Transverso Direção : Fernanda Paz 

 


PRÉ ESTREIAS

 

Longas


A Revolta dos Malês Direção: Belisário Franca, Jeferson De

Cinema é minha vida Direção: Patricia Niedermeier, Rodrigo Fonseca e Cavi Borges

Entre Macacos e Anjos Direção: Elizeu Ewald                                                                                     

Me Cuidem-se!  Direção: Bebeto Abrantes, Cavi Borges

O Artista – Todas as Horas, de Marcos Ribeiro

Ruivaldo, o Homem que salvou a Terra Direção : Jorge Bodanzky 

Servidão, de Renato Barbieri e Neto Borges

 

 

Curtas


Carta ao Magrão  Direção: Pedro Asbeg.

Caruatá - Vejo o Lugar Que Me Vê Direção :Walter Carvalho 

Finado Taquari Direção: Frico Guimarães 

Maré Olímpica, de Coletivo Maré Oficina de Documentários 

Monte Serrat Direção: Francisco de Paula

República das Saúvas, de Piero Sbragia



Onde?

http://vimeo.com/estacaovirtual

Gratuito

Os filmes mudam a cada semana. A programação será divulgada no www.grupoestacao.com.br


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Podcast Guia do Cinéfilo #9 - 03.05.2021


Olá! No podcast de hoje, falamos sobre:


- Filmes que vi na semana (Diga-me Quando, Raia 4, Em Busca de Sheela, Olla, Os Quatro Paralamas, Os Salafrários)


- Sobre o Programa Guia do Cinéfilo da Semana

 

- Sobre o Programa 8 e 1/2 em 20 da Semana


Abs e até a próxima 2a! 


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Você pode conferir esse podcast pelas seguintes plataformas abaixo:
























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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #403 - Melqui Rodrigues


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Brasília. Melqui Rodrigues tem 30 anos, é ator de Teatro e TV, escritor/ roteirista, modelo comercial e youtuber.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Bom, eu gosto muito do Multicine, aqui onde eu moro eles têm as melhores salas de cinema da região, são bem amplas e poltronas confortáveis. Geralmente nas salas de número 1 eles colocam os grandes lançamentos e também os filmes em 3D.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Com certeza Pânico. Essa franquia foi a que literalmente me fez me apaixonar por cinema.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Tenho alguns diretores favoritos, mas atualmente o que eu mais gosto é o James Wan e com certeza seus filmes Invocação do Mal 1 e 2 são meus favoritos.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Com certeza Minha Mãe é uma Peça, não sei dizer o motivo específico, mas eu gosto muito desse filme, já assisti umas 10 vezes e sempre dou muitas gargalhadas, é um filme delicioso de assistir.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ter paixão pelo cinema em si. Não só por filmes, mas também como séries e outros produtos televisivos.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Pra ser franco "Não".  Eles literalmente fazem programação para atender com mais prioridade o público que consome esse tipo de conteúdo.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero sinceramente que não, mesmo com todo o reboliço da pandemia que obrigou todas as salas de cinema fecharem e o crescimento dos streamings... Acredito que os cinemas ainda terão uma longa jornada pela frente e espero sinceramente que isso nunca acabe.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Cidade das Sombras com Saoirse Ronan, eu nunca vi nenhuma outra pessoa que tenha assistido esse filme e eu particularmente gosto muito dele.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Sim e não. Eu acho que se seguirem os protocolos de segurança conformem deve ser feitos, não vejo problema. Mas tem pessoas que infelizmente não respeitam isso, e por causa delas, muitos cinemas ainda não abriram.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Eu vejo que o cinema brasileiro têm melhorado muito, mas infelizmente o Brasil continua dando prioridades a outros produtos como novelas, realitys e afins... Isso infelizmente até atrasa a evolução do cinema nacional.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Com certeza o Paulo Gustavo, os filmes dele são ótimos.

 

12) Defina cinema com uma frase:

PAIXÃO.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu não tenho grandes histórias que eu presenciei dentro de um cinema, mas talvez a mais engraçada foi uma vez que um amigo meu e eu fomos assistir Atividade Paranormal 3. Então o pessoal estava um mix de medo e risadas dentro do cinema, principalmente a galera do fundão.

 

Então teve uma hora que alguém fez o sinal de "xiiu" e um deles se levantou da maneira mais hilária da vida dizendo: "OXE, EU PAGUEI ESSA PORCARIA PRA EU GRITAR NA HORA QUE EU QUISER E ME CAGAR DE MEDO".

 

Confesso que eu ri tanto que o filme de terror passou pra uma comédia, foi muito hilário kkkk.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não vi e nem verei kkkkk.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Eu acho que é um conjunto, diferente da maioria das profissões, não há como trabalhar com cinema sem gostar de cinema. É uma profissão que a gente realmente precisa ter paixão. É a mesma coisa de alguém se formar em culinária e não saber cozinhar, então eu acredito que antes de se tornar diretor, a pessoa se torna cinéfila.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Vingadores Ultimato. Tenho repulsa só de pensar.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Universo Anime. É o único documentário que eu de fato gostei.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Com certeza. Quem nunca? kkkk

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A Outra Face.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

CinePop.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Apesar de ultimamente eu tenho visto muito na Amazon Prime, a Netflix continua sendo o streaming que eu mais utilizo.

 

 

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02/05/2021

10 Ótimos Filmes Dirigidos por Mulheres - Parte 1


Durante muito tempo dentro de um universo machista na indústria cinematográfica, brilhantes profissionais mulheres, tiveram que lutar bravamente para mostrar seu talento não só para o público mas para quem manda no negócio cinema.


Depois de diversos escândalos expostos, lutando contra a estereotipagem de personagens femininos, muitas vezes usadas como âncoras para uma interpretação masculina, também pelos direitos iguais de pagamento por um trabalho, a mulher tratada como objeto em cena, essas profissionais conseguiram inúmeras conquistas nos últimos anos, inclusive duas cineastas indicadas ao Oscar (poderiam até ser três né? Não esquecemos do trabalho brilhante de Regina King no filme Uma Noite em Miami) em 2021.


Ainda longe do ideal de igualdade que merecem, a luta continua e esse que vos escreve sempre estará buscando conhecer e mostrar a todos lindos trabalhos dessas guerreiras da sétima arte. Assim, surgiu a ideia de termos uma lista constante, de dez em dez trabalhos, para você leitor conhecer alguns fantásticos trabalhos de diretoras de cinema.


Nessa primeira parte, temos filmes da França, dos Estados Unidos, da Geórgia, da Grécia, da Alemanha... cineastas holandesas, francesas, norte-americanas, gregas...


Espero que gostem. Abaixo a primeira lista:

 

The Mustang (França, 2019)


Exibido no prestigiado Festival de Sundance, The Mustang, primeiro trabalho como diretora de Laure de Clermont-Tonnerre e com o já experiente ator belga Matthias Schoenaerts no papel principal, é um filme bastante sensível que aborda fortes temas familiares através da mudança de perspectiva de seu protagonista que começa a se envolver em um trabalho diferente, mesmo dentro de uma prisão. O roteiro consegue boas profundidades para abordar vários temas que envolvem o protagonista conseguindo criar um elo importante para entendermos as ações e consequências ao longo dos 96 minutos de projeção.

 

Na trama, conhecemos Roman Coleman (Matthias Schoenaerts), um homem condenado a muitos anos de prisão (a causa conhecemos ao longo do filme). Pai e prestes a ser avô, ele é bastante quieto e fala pouco mas acaba ganhando a oportunidade de ser selecionado a um programa de reabilitação ligado a treinamento de cavalos que serão apresentados em leilões. Assim, Coleman acaba conhecendo um cavalo Mustang brabo que aos poucos acaba lhe ensinando e completando peças para se desenvolver em seu quebra cabeça de emoções que sempre guiaram sua vida.

 

The Mustang não é um filme para qualquer um, você precisa sentir o filme para gostar. Seu ritmo lento e a costura para o desenvolvimento profundo das emoções acabam sendo trunfos aos olhos atentos. A relação dele com a filha que não o perdoa é ótima, emocionante em vários pontos. Coleman é um protagonista de poucas palavras mas que diz muito nas suas atitudes de rebeldia e emoção que acaba transbordando com a entrada do animal em sua vida. O fazer sentido para quem está preso deve ser algo importante a analisar. Poucos filmes conseguem trazer esse sentido tão bem como explicado como esse interessante trabalho que infelizmente não conseguiu chegar ao circuito exibidor brasileiro.



Beginning (Geórgia, 2020)


Visual aos montes, verbal quando necessário. Selecionado para o Festival de Cannes (2020), Festival de Toronto (2020) e vencedor de prêmio no Festival de San Sebastian (2020), Beginning, dirigido e escrito pela cineasta georgiana Dea Kulumbegashvili, fala sobre intolerância religiosa e a luta constante contra traumas difíceis de superar e dúvidas recentes de uma protagonista que busca achar soluções para o que acredita. Há cenas fortes e angustiantes, também longos planos, além de uma inquietante câmera estática onde os personagens compõem a trajetória de ações ou até mesmo a força dos sentidos da natureza. Um impactante e duro filme de Kulumbegashvili. Disponível no MUBI.


Na trama, conhecemos um casal, Yana (Ia Sukhitashvili) e David (Rati Oneli), que moram numa cidade provinciana, no interior da Georgia, onde ministram uma comunidade de Testemunhas de Jeová. Um dia, um incêndio criminoso na igreja deles é causado por extremistas, a partir desse momento, a vida de Yana se transforma radicalmente.

 

Uma terra sem lei, um radicalismo que embaça o óbvio. Totalmente sozinha no forte trauma que sofre, Yana é uma guerreira solitária que precisa enfrentar até mesmo as desconfianças do marido que não consegue se desprender de desconexas razões religiosas para enxergar tudo que aconteceu. Sendo coagidos por um misterioso detetive e uma polícia sem força em uma região onde a justiça não é para todos, somos testemunhas de uma derrocada na família de Yana.

 

Beginning é um profundo drama, que busca nos seus figurativos das leis que criam sobre o universo (que nem de longe são interpretadas da mesma maneira) os paradoxos ou até mesmo contrapontos para nos fazer refletir sobre o óbvio, a religião, a dor, a dúvida e o sofrimento.

 

 

Berthe Morisot (França, 2012)


A beleza das artes e os confortos dos retratos da vida. Depois de muitos trabalhos como diretora de fotografia, a cineasta parisiense Caroline Champetier apresenta um dos seus primeiros trabalhos como diretora principal, nesse interessante tele filme Berthe Morisot. O projeto, que rodou muitos poucos cinemas, sendo exibido em outras janelas, possui uma direção de arte impecável que passa a sensação ao espectador de estar entrando em uma coleção de museus de todo o mundo. Para dar vida a essa importante artista francesa, a escolhida foi a bela Marine Delterme (Vatel - Um Banquete para o Rei, Paris-Manhattan), que explora sua personagem de maneira convincente.

 

Na trama, baseada na obra Manet, un rebelle en redingote de Beth Archer Brombert, conhecemos a vida adulta da pintora impressionista francesa Berthe Morisot (Marine Delterme) que passa por diversas transformações nos rumos de sua vida, principalmente quando conhece uma das maiores figuras das artes no século XIX, Édouard Manet (Malik Zidi). Berthe foi sempre uma mulher a frente de seu tempo e conseguiu o respeito de todos através de sua forte personalidade e suas obras inesquecíveis.  

 

Uma das grandes damas do impressionismo, tem parte de sua vida detalhada nesse ótimo projeto. Com foco no primeiro ato em sua vida familiar e todo o inicial interessante pela pintura. Berthe nasceu em Bourges, era prática comum das famílias bourgeois em educar as filhas nas artes. Assim, ela e sua irmã tiveram aulas particulares com grandes professores da época. No segundo ato, o longa metragem, explora as transformações que Berthe passa após ter alguns de seus quadros bem comentados e seu encontro com uma das referências nas artes da época ,Manet. Os contextos políticos e sociais do século XIX também influenciam sua maneira de pensar e ver o mundo.

 

Há uma ênfase no relacionamento intenso da protagonista com Manet, onde crescem os atores em cena. Os dois são atraídos pelo contexto das artes mas o filme deixa claro que poderia ter sido uma grande história de amor também, talvez, atrapalhado porque Manet já era casado e ter sido diagnosticado com sífilis (causa inclusive de seu falecimento precoce aos 51 anos. Berthe foi musa inspiradora de quadros famosos do artista francês.

 

Nesse belo passeio pela história da arte europeia, somos testemunhas de uma incrível trajetória de uma mulher à frente de seu tempo.

 

 

Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre (Eua, 2020)


Nunca, raramente, às vezes, sempre. Seu coração pode estar partido hoje mas amanhã à luz da manhã. Ganhador de prêmios esse ano nos Festivais de Berlim e Sundance, um dos filmes mais comentados nas rodinhas cinéfilas dos últimos anos, Never Rarely Sometimes Always, escrito e dirigido pelo cineasta nova iorquina Eliza Hittman, traz ao público um recorte de um tema polêmico, o aborto, de maneira dura e necessária para gerar a reflexão de todos nós do lado de cá da tela. A protagonista, interpretada por Sidney Flanigan (em seu primeiro filme como atriz) é o retrato de muitas mulheres espalhadas pelo mundo, as escolhas que ela tem e as decisões que toma em um mundo de informações instantâneas mas tão distante para pessoas que ainda estão aprendendo sobre a vida. É um filme com cenas fortes, onde se expressa toda a dor e conflitos da protagonista. Impressiona a captação das emoções pelas lentes sensíveis de Hittman.

 

Na trama, conhecemos Autumn (Sidney Flanigan), uma jovem introspectiva de 17 anos que trabalha como caixa de supermercado enquanto termina a escola e que está passando por uma situação complicada e difícil, se sentindo sozinha, muito por medo de contar à família, medo das reações dos que giram ao seu redor. Buscando entender melhor a situação que vive, vai em busca de soluções que acha as que tem que tomar, ouvindo especialistas em clínicas femininas. Como mora no interior dos EUA, resolve embarcar em uma viagem para Nova Iorque, junto com sua prima e única confidente Skylar (Talia Ryder) para tomar decisões complicadas e tentar seguir em frente com sua vida.

 

As causas da reclusão emocional e suspiros de alegria pela música, um cruzamento de sentimentos. Uma série de problemas ligados às emoções estão contidas na vida da personagem principal, não só provocado pela situação da gravidez que se encontra. O filme abre espaço para outros temas que machucam as mulheres, principalmente sobre o assédio, exemplificado no da própria protagonista e o no da prima, os exemplos são muitos que assim como no filme nessa nossa sociedade ainda muito machista. Deixando claro argumentos profundos e contextualizados sobre dores e escolhas Never Rarely Sometimes Always possui 100 minutos de muitas histórias, não só desse recorte. Um filme importante para debates cada vez mais intensos e necessários sobre os temas abordados. Um belo trabalho da diretora e roteirista Eliza Hittman.

 

 

Olla (Grécia, 2019)


A independência do feminismo contra o machismo descarado. Escrito e dirigido pela cineasta grega Ariane Labed, Olla é um curta-metragem que deixa sua marca com paralelos importantes ligados à luta das mulheres e sua liberdade contra o conservadorismo, o pensamento machista, quase um desabafo do que se pode encontrar na realidade dos quatro cantos do planeta. Exibido no Festival de Cannes em 2019, em Clermont-Ferrand e Sundance em 2020.

 

Na trama, conhecemos Olla (Romanna Lobach), uma jovem que vem de uma parte menor da Europa, no leste e acaba conhecendo virtualmente através de um anúncio o francês Pierre (Grégoire Tachnakian), logo sem seguida a protagonista vai morar com Pierre e a mãe dele em uma casa pequena no subúrbio mas nada sai conforme o planejado, nem na visão de um, nem na visão da outra.

 

Limitada ao conservadorismo, Olla sente a liberdade quando está sozinha, seu ponto de reflexão, quase um desabafo de uma indomável mulher à frente do seu tempo que após entender toda a situação que vive resolve tomar atitudes que a fazem mais feliz. Seu contra golpe contra a violência e o machismo desenfreado é emblemático. O roteiro é objetivo, afinal são menos de 30 minutos, mas é preciso uma lida rápida na sinopse para se situar em pequenas referências que aparecem em quase escondidas entrelinhas.

 

 

Spagat (Suíça, 2020)


As quebras na linha do coração. Segredos, imigrantes ucranianos ilegais na Suíça, uma traição, um estopim inusitado. Dirigido pelo cineasta suíço Christian Johannes KochSpagat, que fez parte da ótima programação da Mostra SP 2020 é um longa-metragem suíço com um roteiro afiado (mesmo quando perde um pouco de fôlego nos últimos arcos com entrelinhas não muito bem resolvidas) onde consegue manter um clima de tensão sobre as consequências dos atos dos personagens. O ponto de interseção são as escolhas da protagonista Marina (Rachel Braunschweig em atuação segura) que descamuflam todas as mentiras em um efeito dominó impactante para os envolvidos.

 

Na trama, conhecemos a professora Marina (Rachel Braunschweig) que vive com sua filha e seu marido em uma área bem desenvolvida na cidade do interior da Suíça. Só que parte da vida de Marina é uma grande mentira, ela se relaciona faz meses com Artem (Aleksey Serebryakov) um imigrante ucraniano que mora na Suiça faz 6 anos sem documentação ou visto de residência junto com sua filha Ulyana (Masha Demiri), uma prodígio da ginasta que é aluna de Marina. Após um roubo de um headphone, uma série de acontecimentos se estabelecem mostrando a tese de que mentira tem perna curta.

 

Pra quem você falou de mim? O relacionamento entre pai e filha é conturbado. O primeiro é apaixonado pela amante mesmo sabendo que nunca a terá por completo e busca proteger a filha dos problemas legais por serem imigrantes sem documentação; a segunda imatura e inconsequente acaba não tendo culpa sobre a situação que vive, olha os outros tendo muito e ela limitada. Acontece um cenário curioso, a figura materna de Ulyana vira a amante secreta de seu pai. Confusão formada, os caminhos que cada personagem seguem a partir das cartas todas na mesa, gera dor e escolhas em outros tantos que os rodeiam.  



A Odisseia de Alice (França, 2014)


Acreditar em si mesmo leva a um destino infinito. Acreditar que falhou pode ser o fim da sua jornada. Assim, é preciso recomeçar. Escrito e dirigido pela atriz e diretora francesa Lucie Borleteau, A Odisseia de Alice é uma jornada em busca do saber amar, do conquistar ser reconhecida em sua profissão e também do saber esquecer e seguir em frente. A poderosa protagonista, interpretada pela excelente e bela atriz grega Ariane Labed (vencedora do prêmio de melhor atriz no Festival de Locarno), é o centro de todos esses conflitos e emoções que vão ganhando um certo charme libertário, com uma pegada feminista, ao longo dos intensos 97 minutos de projeção.

 

Na trama, conhecemos a jovem engenheira Alice (Ariane Labed), uma mulher de menos de 30 anos que trabalha na marinha mercantil. Entre uma viagem e outra, algumas que duram meses em alto mar, ela acaba reencontrando um dos grandes amores de sua vida, o capitão Gael (Melvil Poupaud). O problema é que Alice deixou em terra seu noivo, Felix (Anders Danielsen Lie - do excelente Oslo, 31 de Agosto) por quem tem grandes sentimentos. Ao longo dos dias, Alice precisará descobrir realmente para quem deseja entregar seu coração, ou se simplesmente prefere viver um dia de cada vez sem compromissos.

 

Alice, mesmo analisando de maneira trivial, é uma personagem bastante complexa que chega até certo ponto esconder os sentimentos de si mesmo. Há um conflito dentro dela, praticamente um triangulo isósceles onde duas posições mudam de posição constantemente. Lutando pelo reconhecimento em um lugar de trabalho onde vive cercada de homens e poucas mulheres, a protagonista coloca sua profissão em primeiro lugar.

 

Fica bem claro logo nos primeiros minutos de filmes que estamos prestes a sermos testemunhas de uma trajetória inconsequente de quem não sabe como amar. Há um sentimento bem forte de egoísmo da personagem principal. Alice é adepta da liberdade e, por causa de sua imaturidade nos relacionamentos, nunca pensa como o coração dos outros pode ficar por conta de suas atitudes. Ela sofre, chega próximo do amar mas prefere ser inconsequente. É uma escolha.

 

 

Com uma fotografia belíssima e ótimas atuações do simpático elenco, A Odisseia de Alice estreou no circuito brasileiro algumas semanas atrás de vem ganhando diversos elogios da crítica e dos cinéfilos. Merecido, é um belo trabalho.

 

The Rider (EUA, 2017)


Sabemos o que somos, mas não sabemos o que poderemos ser. A difícil decisão de desistir dos próprios sonhos por motivo de força maior. Escrito e dirigido pela cineasta chinesa Chloé Zhao (atual vencedora do Oscar por Nomadland)The Rider é uma fábula moderna, muito real, sobre a arte do se reinventar mesmo que isso vá contra tudo o que sempre conquistou. Falando sobre amizade, família e sonhos, o projeto foi organizado a partir do encontro entre e diretora Chloé Zhao e Brady Jandreau durante a pesquisa da primeira para seu filme anterior, Songs My Brothers Taught Me (2015).

 

Com um personagem baseado na vida do artista que o interpreta, The Rider conta a história de Brady Blackburn (Brady Jandreau) um jovem com um futuro brilhante no mundo dos rodeios até que após um grave acidente em um evento precisa se limitar a determinadas atividades e nunca mais poder realizar seu grande sonho. Tendo que se reinventar como pessoa, descobre na força dos amigos e da família novos motivos para se tornar uma pessoa de bem.

 

Colorindo nosso olhar com uma bela fotografia, The Rider é uma trama envolvente, que busca na profundidade de seu protagonista razões para entendermos melhor o louco mundo em que vivemos. Mesmo a cultura country sendo um pouco distante da maior parte das realidades brasileiras, o projeto projeta o tema como plano de fundo dando exata dimensão do quão fascinante é esse mundo. Abordando sonhos e as conseqüências das dificuldades que enfrenta o protagonista, nos identificamos a todo instante. Mesmo sendo lapidado com uma melancolia permanente, The Rider é capaz de encantar pela sutileza e as nítidas verdades do olhar do personagem, elo com o público.

 

Indicado para mais de 16 premiações em todo o mundo, incluindo o prêmio do C.I.C.A.E. Award no Festival de Cannes em 2017, além de indicações ao prestigiado Spirit Awards desse ano, The Rider não deixa de ser a realização de um sonho, uma singela e bonita homenagem de Zhao a seu protagonista. Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade.

 

 

Uma Noite em Miami (EUA, 2020)


Quantas estradas um homem precisará andar antes que possam chamá-lo de homem? A mudança está chegando, sim ela vai. Dirigido pela atriz e cineasta, ganhadora do Oscar, Regina KingUma Noite em Miami... produzido e já no catálogo da Amazon, é um filme que fala sobre amizade, direitos humanos, causas sociais e que gera uma grande reflexão sobre como era os Estados Unidos e o mundo no meio da década de 60 em relação a desigualdades sociais, religião e preconceitos que ainda existem até hoje. Em um inusitado e ficcional encontro entre quatro amigos, negros, famosos entendemos escolhas marcantes na história norte-americana. Baseado na peça de teatro de Kemp Powers, que também assina o roteiro da produção. O longa-metragem, foi selecionado para o Festival de Cinema de Veneza do ano passado, sendo o primeiro filme dirigido por uma mulher afro-americana a ser selecionado na história desse festival.

 

A trama é ambientada em meados da década de 60, mais precisamente na noite onde o grande pugilista norte-americano Cassius Clay (Eli Goree), depois Muhammad Ali, venceu Sonny Liston e conquistou o título mundial de campeão dos pesos pesados. Naquele mesmo dia, para comemorar, Cassius fora se encontrar com os amigos de longa data: o cantor Sam Cooke (Leslie Odom Jr.), o ativista Malcom X (Kingsley Ben-Adir) e a estrela do futebol americano na época Jim Brown (Aldis Hodge) em um quarto de hotel em Miami. Nesse encontro, longos debates sobre causas sociais, ativismo político e a importância deles para mudanças futuras nos direitos iguais para os negros.

 

Diálogos acalorados, questões religiosas, sucessão de argumentos conforme sentimento vivido até ali, linha tênue entre amizade e imposição de convencimento, tudo isso acontece entre os quatro personagens em um quarto de hotel. Os rumos e conclusões dessas trocas de ideias seriam fundamentais para a consolidação do pensar no movimento negro nos Estados Unidos, já que os quatro eram negros de grande sucesso e exposição nas suas respectivas carreiras. Regina King, que antes desse já dirigiu um documentário e alguns episódios de séries como: This is UsThe Good Doctor e Scandal, consegue muito sucesso em transmitir as ideias dessas brilhantes mentes que foram fundamentais na luta constante pelos direitos iguais. As argumentações se tornam uma grande aula de história para todos que não conheciam ou por algum motivo nunca pararam para pensar o quão caótico era (ainda é!) a questão do preconceito na maior super potência do planeta.

 

O desfecho ao som de A Change is Gonna Come, na voz do ator Leslie Odom Jr. (ganhador do Tony por sua atuação magistral no musical Hamilton) é a cereja do bolo. Uma música que diz muito sobre o que conversam os quatro amigos. Tem sido um longo, um longo tempo para chegar, mas quem sabe algum dia...a mudança está chegando.

 

 

Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa (Alemanha, 2019)


O amor é o melhor remédio do mundo. Em mais uma obra sobre os terríveis momentos que o mundo viveu na chegada de um dos maiores vilões da história da humanidade no poder na Alemanha, acompanhamos sob a ótica de uma menina, uma família judia que morava na Alemanha e sua fuga pela Europa em uma época vazia, deficiente de paz, repleta de ódio, medo e intolerância. Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa, baseado no livro de sucesso (publicado em 20 idiomas) da escritora Judith Kerr, é um longa-metragem repleto de arcos interessantes mesmo que não haja uma profundidade maior no tema principal que impactou toda uma legião de famílias pelo planeta. O filme é dirigido pela cineasta alemã Caroline Link (também diretora do elogiado filme Lugar Nenhum da África, filme do início dos anos 2000) e conta com ótima atuação de sua protagonista, a jovem Riva Krymalowski e do ator alemão Oliver Masucci (conhecido por aqui por seu papel no seriado Dark).

 

Na trama, ambientada no começo dos anos 30, em Berlim, conhecemos a família do jornalista Arthur (Oliver Masucci) e da escritora de óperas e exímia pianista Dorothea (Carla Juri) que vivem junto com seus filhos Anna (Riva Krymalowski) e Max (Marinus Hohmann). Faltando 10 dias para eleições na Alemanha, o jornalista, que é crítico de Hitler, é avisado por amigos que fora colocado em uma lista onde que nessa estiver será perseguido por Hitler caso o mesmo ganhe as eleições. Se guardando do pior, resolve embarcar para um país vizinho junto com toda sua família. Assim, durante meses, lutando contra a falta de oportunidades de trabalho e da perda de toda uma vida material, a família decide ir se mudando de países e para isso precisará estar unida para juntos vencerem.

 

Os diálogos são bastantes esclarecedores de como os pequenos irmãos enxergavam toda aquela situação vivida pela família. Ao longo das viagens, que acabam se tornando constante pelo continente europeu, há a necessidade de rápida adaptação a novas rotinas, novos costumes, nova cultura. Os horrores do que acontecia na Alemanha com conhecidos chegavam por interlocutores que os visitavam, como o carismático Tio Julius (Justus von Dohnányi).

 

As indagações constantes de Anna ao pai mostra como o amadurecimento sobre a situação vivida por sua família, em meio ao barril de pólvora que se tornou a Europa, está sempre em desenvolvimento. Nesses emocionantes diálogos, a protagonista e Arthur, a quem tem uma admiração louvável, falam sobre tudo que há no mundo e na sua existência. Fé, o momento atual, cultura, livros. Sonhos simples e ainda distantes. Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa é mais um recorte sobre esses tempos difíceis que a humanidade viveu.

 

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