06/10/2012

Crítica do filme: 'Nós e Eu'


Falando do mundo dos jovens e dos valentões que aprontam todas dentro de ciclos de amizade, o aclamado diretor de “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, Michel Gondry chega aos cinemas com seu novo trabalho “Nós e Eu”. O longa traça um retrato do panorama de garotos e garotas americanos que convivem diariamente em confronto, alguns sem limites. O bonde do bullying comanda o início, amigos que não tem limites, se entrelaçam com o restante da turma gerando um liquidificador emocional sem tampa. O roteiro é muito inteligente e consegue transportar, de certa maneira, o público para dentro daquele coletivo lotado.

Na trama, em uma Nova Iorque dos tempos atuais, vemos uma série de histórias sobre um grupo que estuda no mesmo colégio e que todo dia pega o mesmo ônibus para voltar pra casa. Conflitos e situações vão modelando a trajetória do ônibus que parece cruzar toda Nova Iorque. A criação de uma festa por algumas meninas, as paqueras típicas da idade, um casal que não para de se beijar, uma família que sofre uma tragédia, a menina que saiu do colégio por conta da possibilidade de repercussão sobre uma ‘ficada’ dela. 

Entre poemas com palavrões, colheradas na cabeça e cigarros mentolados, uma trilha sonora envolvente vai trazendo aos poucos o espectador para dentro de cada uma daquelas histórias. O filme é profundo (outras vezes raso) em algumas dessas histórias. A relação homossexual forte entre dois rapazes e a discussão de relacionamento que explode dentro do coletivo por conta da traição de um deles (com uma menina) é um dos momentos mais marcantes do longa. Você ri e se emociona com uma velocidade impressionante, é um grande conflito emocional que se cruza de maneira nua e crua.

Percebemos a todo momento jovens em conflito. Algumas ações são despejadas em atitudes impensáveis, fruto de uma adolescência imatura e completamente sem direção. O filme é uma objetiva e inteligente crítica à mentalidade e as atitudes da nossa sociedade. Em pleno século das mudanças tecnológicas, as mesmas parecem chegar ao nosso planeta para intensificar e contribuir para o esquecimento do viver em sociedade.Quando as pessoas vão indo embora sobra mais espaço para a razão, assim vemos um dos protagonistas que vai aparecendo aos poucos para o público.

É um filme que todo mundo deve ver. Professores, atenção! Essa é uma boa fita para ser discutida em sala de aula! Mesmo não tendo muito brilho e nem sendo eterno, Michel Gondry consegue mais uma vez a aprovação dos cinéfilos.

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03/10/2012

Crítica de 'Ovo e Pedra'


Os ovos que não viram omeletes, a chocante morte do galo e a lentidão que só ganha do Rubinho

Dirigido pelo cineasta chinês Ji Huang, "Ovo e Pedra" chegou ao festival do Rio desse ano cotado para ser um dos belos trabalhos que circulariam pelas inúmeras salas do circuito. Engana-se quem acreditou nisso. Com seu estilo paradão, o ‘clássico filme Cult’ tem muito pouca explicação para um público que não conhece a fundo aquelas tradições que são mostradas.  Para você pelo menos achar um sentido em todas as sequencias desse trabalho, você tem que ter uma mente muito aberta e estar em dia com as problemáticas culturais na região onde se passa o longa.

Na trama, conhecemos uma menina imatura de 14 anos chamada Honggui que está entrando na puberdade e vive os conflitos internos da idade, além de ter que lidar com uma situação de abandono de seus pais que não voltaram da busca de trabalho em outra região. Sem condições de melhorar a situação, vai morar com os tios que deixam bem exposto a insatisfação com a situação.

Somos levados a um mundo de tradição pelo cineasta chinês Ji Huang. Sua direção é interessante (talvez o ponto alto do filme), mesmo os atores não sendo profissionais conseguem respeitar as marcações sempre tentando passar a maior veracidade possível quando em cena. Mesmo com alguns elogios não podemos nos render ao fato de que como um todo a fita passa longe de agradar o público. Quando você precisa voltar à sinopse para entender o filme, tem alguma coisa de errada. Entre carimbos que exaltam impaciência e desespero, o espectador se vê perdido quase que o tempo todo.

Tem cenas que incomodam, geram um extremo desconforto ao espectador. A sequencia do Galo é no mínimo chocante. Entre ovos e pedras o olho adormece. Muita gente vai dormir, mexer no celular, no tablet, e se desligar do filme facilmente. O que impressiona é que os segundos não passam. Vai ter gente saindo do cinema achando que a fita durou 5 horas.

Tem tanto filme bom nesse Festival. Esse, não é um deles. 
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02/10/2012

Crítica do filme: 'Great Expectations'



A Essência de “Os Miseráveis” e a tentativa de alma, arrastada, de “O Jardim Secreto” reunidos no trauma das 8:40

Quando uma dança não é só uma dança e quando os sorrisos não são direcionados para a pessoa certa. Baseado em uma história criada por Charles Dickens, “Great Expectations” já teve outras adaptações para o mundo do cinema. Essa versão, assinada por David Nicholls (que também assinou a versão para o cinema do recente “Um Dia”), é um novo olhar a essa história que tenta variar entre a superficialidade e a profundidade, que estão na essência de cada personagem. Mesmo com boas intenções, o filme de Mike Newell (que dirigiu, entre tantos, "Quatro Casamentos E Um Funeral" e "O Amor nos Tempos do Cólera") cansa, permanentemente arrastado ao longo dos incansáveis 120 minutos de fita.

Na trama, conhecemos Pip, jovem órfão que é ‘adotado’ por um bondoso ferreiro de uma região. Certo dia, após alguns encontros importantes com outros personagens, recebe a notícia de que herdou um grande dinheiro mas que nunca poderá procurar a pessoa que lhe deu tamanha quantia. De ferreiro à cavalheiro, um mundo completamente novo, de descobertas e desejos começa a se modelar. Pip amadurece, começa a frequentar a vida de novos e antigos conhecidos. Há um clima de suspense no ar que tenta indicar ao público que um clímax está chegando, com grandes revelações.

Com um começo simpático, porém, deveras sonolento a sutileza nos diálogos tentam se encaixar com a belíssima sequencia de imagens que o diretor consegue captar. Os risos que ouvimos da plateia são pela forma cômica como os personagens ruins falecem. A trilha sonora que circula pela trama envolve o público quase todo o tempo. Helena Bonham Carter e seus personagens pra lá de bizarros e completamente fascinantes, a trama cresce quando Helena está em cena. Ralph Fiennes está excelente, uma das melhores atuações do ótimo ator.

O compromisso com o espectador era entregar um filme agradável que fizesse as pessoas se identificarem com a história. O filme fala sobre a pureza de uma amizade que fica mais forte mas também fala sobre uma história de amor, ao longo do tempo, onde os sentimentos envolvidos só crescem. O lindo cenário, tem cenas que lembram o filme “Jardim Secreto”.  

Parece uma peça filmada. Se for ver, fixe os olhos nas atuações excelentes de Helena e Ralph. Não crie grandes expectativas.

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01/10/2012

Crítica do filme: 'Indomável Sonhadora'


Em meio ao desejo de encontrar a figura materna, metáforas maravilhosas brindam os cinéfilos que sabem sonhar

Um retrato impactante de uma infância pobre de riquezas mas rica em alegria e vontade de viver. Dirigido pelo americano Benh Zeitlin (que ajuda no roteiro e na trilha sonora também) “Indomável Sonhadora” tem todos os elementos para ser considero um dos melhores filmes do Festival do Rio desse ano. No drama, imagens fortes, marcantes, mostram uma simples realidade. A câmera fica bastante próxima dos personagens (um efeito para incomodar, é algo positivo) talvez uma maneira de aproximar o espectador na ótica de quem interage em cena. As metáforas incorporadas ao filme só elevam a qualidade dessa ótima fita.

Na trama, acompanhamos Hushpuppy (interpretada pela excepcional atriz mirim Quvenzhané Wallis) uma menina que vive em um vilarejo com seu pai, aparentemente longe das grandes cidades. Sua vida é monótona e muito simples tendo que viver com as doenças do pai e a falta que sente de sua mãe. Quando uma tempestade chega ao vilarejo, destrói toda aquela comunidade. Após o desastre e quando os habitantes estão todos longe de suas casas (em um abrigo para desabrigados) eles lutam para voltar ao mundo deles e se revoltam contra tudo e todos. O simples desejo humano de poder voltar para casa. Imagens muito bem captadas, valorizam ainda mais essa jornada de retomada pela esperança de novos dias.

O filme se apresenta como uma narrativa da mente super desenvolvida e criativa da pequena personagem principal. Em meio aquelas botas brancas e sujas pela lama reside uma menina sonhadora, por mais que o pai (volta e meia) não deixa ela ser de fato uma menina. As dificuldades de Hushpuppy vão do temperamento esquisito do pai (interpretado pelo ótimo ator Dwight Henry) até ter que se virar acendendo o fogão com um incinerador onde precisa-se colocar um capacete de proteção, se não queima (uma cena marcante que vemos nesse longa).Tem diálogos imaginários com a mãe, sempre em situações de extremo desconforto, como se fosse uma espécie de saída daquele lugar, naquele momento. Já no desfecho, à bordo do ‘rabugento’, um sonho de encontrar a figura materna é o seu mais novo objetivo.

A trilha sonora é ótima, preenche cada sequencia com sua discreta maestria. O longa tem cenas memoráveis, os gigantes javalis que confrontam a nossa jovem heroína são um achado maravilhoso, virando o clímax da metáfora criada. O espectador é brindado por atuações maravilhosas de Dwight Henry e Quvenzhané Wallis. O primeiro consegue passar toda a dor e transformação de seu personagem com uma veracidade que impressiona. A segunda tem uma atuação digna de Oscar, fala com o olhar, maravilhosa até o último segundo.

Um filme que todo o cinéfilo sonhador precisa conferir. A magia da sétima arte está contida em cada segundo dessa obra-prima. Você não vai perder né?!
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30/09/2012

Crítica do filme: 'Aí Vem o Diabo'


Dirigido e escrito pelo espanhol Adrián García BoglianoAí vem o Diabo” é antes de qualquer coisa um filme que não se encaixa em nenhum gênero. Tem cenas que lembram clássicos trash de décadas passada mas longe de ser uma homenagem ao gênero. É difícil o espectador ir até o fim, quando muitas cenas em que eram para dar medo as pessoas começam a rir, tem alguma coisa de errado. Mas, o maior de todos os pecados que o longa comete é tentar ser um filme de terror.

Na trama, conhecemos uma família que vive feliz em uma cidade com algumas lendas nas montanhas. Um dia, após um passeio por essas montanhas os dois filhos do casal somem, deixando os pais aterrorizados com o que poderia ter acontecido com eles. Horas mais tarde e depois de acionarem o xerife local, as crianças são encontradas e logo começam a agir de maneira esquisita. Assim, os pais resolvem investigar o que de fato ocorreu naquelas horas em que eles ficaram perdidos nas montanhas.

A fita tem muitas cenas de sexo picante. Para o que se propõe (encaixar-se no gênero terror) tem climas sexuais demais não? O roteiro é terrível, os atores não estão bem e a direção não ajuda na hora de juntar as peças e apresentar ao público. Tentaram recriar alguns efeitos de atividade paranormal, só que não conseguem, não há talento para isso. O ‘zoom’ nas expressões dos personagens parecem com aqueles momentos impactantes cômicos que vemos nos finais das novelas. É uma mistura de filmes do Zé do Caixão com aqueles que passem em alguns canais da Tv a cabo após às 00:00. Nada que se tenta no longa dá certo, é praticamente uma comédia trash de erros, misturados a uma direção bem abaixo do esperado.

Quando forem marcar seus longas para ver no Festival do Rio 2012, lembrem: cuidado! Aí vem o filme ruim!
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Crítica do filme: 'Tudo o que Você Tem'


Triste e profundo quanto algumas músicas do Radiohead

Sem ligações humanas a vida não tem sentido. O longa canadense “Tudo o que Você Tem” é um drama nada superficial sobre erros de um passado triste. O filme, que é dirigido por Bernard Emond, invoca a alma dramática e a questão existencialista. Durante os poucos mais de 90 minutos de fita vamos passeando pela tristeza do protagonista e entendendo aos poucos o porquê de tamanha solidão.

Na trama, somos apresentados a Pierre Leduc um professor universitário que abandonou a arte de lecionar para traduzir a obra de um poeta polonês chamado Edward Stachura. Sujeito pacato, mal humorado, Pierre parece que traz alguns traumas do passado para seu presente triste. Sua vida nunca esteve bem, O pai (que sacaneia todo mundo a mais de 40 anos) está morrendo de câncer (os médicos não dão mais de 3 meses a ele) e quer lhe deixar uma fortuna que Pierre insiste em não aceitar. Um dia, uma garota que alega ser sua filha o procura. Pode ser que a luz no fim do túnel vem em forma de relação paternal. Mas será?

Encontrando uma razão de viver que talvez tenha posto em um bolso furado. As citações do autor polonês vão guiando a trajetória de redescoberta desse solitário ser humano. O personagem parece sentir necessidade de ficar sozinho, passou metade da vida dentro de livros, chega a ser tão triste e profundo quanto algumas músicas do Radiohead. Pequenos raios de felicidade começam a aparecer em sua vida, principalmente com a chegada de sua filha de 13 anos que ele nunca procurou (o gosto pela literatura é um elo que aos poucos vai unindo essas duas almas). Essa nova relação mexe com ele e o leva a forçar uma mudança que novamente o levará ao passado mas dessa vez para tentar trilhar um novo caminho.

Pequenos flashbacks no passado confuso de Pierre vão tentando preencher lacunas e direcionando os caminhos do seu destino ao público. É um típico filme Cult, muita gente vai gostar muito gente vai se entediar. Tudo que você leitor tem é a chance de conferir esse bom trabalho que está em cartaz em algumas sessões do Festival do RJ 2012. 
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29/09/2012

Crítica do filme: 'Encontrarás Dragões'


Encontrarás Thalia

Escrito e dirigido pelo famoso diretor inglês Roland Joffé (“A Missão”), “Encontrarás Dragões” é uma fita que fala sobre a religião e o conflito em uma Espanha devastada pela guerra civil. O contexto (premissa) é interessante mas infelizmente Joffé não consegue criar uma boa diversão. O filme tem ritmo de trailer, não há profundidade em nada. O grande vazio existencial vai de encontro ao extremismo do drama, parece que estamos em uma novela mexicana. Aquelas mesmo que passavam de tarde e de noite naquela emissora paulista que conhecemos. A trilha mal encaixada tira o sentido de quase todas as cenas do filme. É um trem sonoro desgovernado que acompanha a história do início ao fim. O que perguntamos é o porque não desligaram a discoteca das cenas?

Na trama, nesse encontro entre a fé e a guerra, somos guiados para uma outra época por Roberto Torres (Dougray Scott), um jornalista e escritor que percorre a Europa em busca de informações sobre uma figura religiosa emblemática que está para ser canonizado. Já investigando a história, no passado desse homem, descobre que seu próprio pai o conheceu e tem muitos segredos para contar sobre aquela época, auge do conflito civil que ocorreu na Europa em décadas passadas. Entre confissões e relatos emocionados Roberto cada vez mais é forçado a tentar uma reconciliação com o pai que não vê faz oito anos.

Aos poucos a trama tenta se encaixar mas mesmo assim tudo fica muito confuso como se não houvesse uma ordem específica, com certeza apresenta problemas sérios na montagem. No ritmo de novela mexicana, o filme tinha que se chamar “Encontrarás Thalia”. Tudo é muito exposto, sem explicações, rasas são as características dos personagens que deixam o público confuso em cada corte de cena. A amizade que existia entre Josemaría Escrivá e Manolo Torres é pouco explorada ficando difícil juntar as peças para aquele desfecho de demonstração de amizade.

Sobre o fundador da “Opus Dei”, pelo filme, sabemos apenas que enfrentou problemáticas cristãs e sofreu perseguição dos rebeldes esquerdistas na Espanha de outrora.  Sobre a instituição hierárquica da Igreja Católica apenas uma menção já no desfecho da trama, o que é um não atrativo aos cinéfilos, já que a maioria das pessoas se interessará pelo filme por conta da menção dessa instituição.

Resumindo, não houve encaixe e sim muito de nada. Nesse caso, é melhor encontrar a Thalia do que dragões.

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Crítica do filme: 'Celeste e Jesse para sempre'


Com uma abertura trivial mas criativa “Celeste e Jesse para sempre” dava a entender que seria mais um filminho bobinho sobre casais e seus problemas amorosos afetivos. Bem, se enganará quem pensar assim. O novo trabalho do cineasta Lee Toland Krieger é um drama com pitadas de humor mais profundo do que parece a princípio. Existem histórias de amor ‘cult’ comuns e outras apenas ‘light’, essa fita se encaixa eu todas essas características pois tem um roteiro maduro que transforma os personagens ao longo da fita.


Na trama, conhecemos a relação de divórcio esquisita entre ex-pombinhos Celine e Jesse que estão se separando mas vão juntos a todos os lugares, fora as brincadeirinhas infantis típico de muitos relacionamentos. Celeste é uma mulher bonita, inteligente que é analista de tendência e possui uma empresa de marketing. Já Jessie é um designer que não gosta muito de trabalhar  e adora ficar em casa, abrindo salgadinhos embalados e chorando vendo os ‘Vt’s’ das olimpíadas de Pequim. Com o passar do tempo e com novas pessoas circulando na vida social da dupla, perguntas e muitos conflitos vão começando a se formar. Ao subestimar a relação de anos em que vivia Celeste aos poucos percebe que cometeu um erro e tenta consertá-lo a todo instante. Entre um encontro e outro o espectador fica com um leque aberto de opções para chegar até o desfecho.


Esse filme marca a volta dos videokês às comédias românticas. Foi uma boa sacada, combina com o filme, o casal está sempre cantando alguma canção. Tem méritos, por isso não cai nas armadilhas dos clichês de outras comédias românticas. Não é a visão do casal que fica em evidência, a vida conturbada da protagonista toma conta da história. Rashida Jones e Andy Samberg conseguem um belo entrosamento em cena, ótimo trabalho da dupla. Na primeira, percebemos uma curiosidade, em alguns takes parece e muito com a também atriz Catherine Zeta-Jones.


Não vai agradar aos mais superficiais. Tem cinéfilo que só curte tramas e historinhas batidas, é a tal da comodidade, vício no respirar cinema. Esse longa é mais profundo, tem diálogos mais inteligentes e maduros. Uma ótima sugestão para quem está no Rio de Janeiro nessa semana, o filme está passando no Festival do Rio 2012. Afinal, que não gosta de uma boa comédia dramática romântica? Fica a dica!



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28/09/2012

Crítica do filme: 'Um Ano a Mais' (Another Year)


O consultório carismático de um casal gente boa

O que fazer para manter a felicidade tão próxima por tanto tempo? O longa inglês “Um Ano a Mais” é um filme muito simpático que tem diálogos sensacionais, fato que faz lembrar de cara no clássico “Invasões Bárbaras”. Assim começamos relatando a primeira impressão que fica desse trabalho do famoso cineasta Mike Leigh (diretor dos excelentes: “O Segredo de Vera Drake” e “Segredos e Mentiras”).

Na trama, um casal muito gente boa (interpretados pelos ótimos: Jim Broadbent e Ruth Sheen) sempre tentam ajudar amigos a saírem de problemas. Durante um período, que definimos como ciclos em estações do ano, a casa deles vira um verdadeiro consultório para ajuda  e conselhos que contam com diálogos muito bem escritos e interessantes. Mas quem rouba a cena é Leslie Manville, uma dessas “pacientes” (talvez a pior de todas) consegue dar um ritmo alucinante a sua personagem e ao mesmo tempo a torna muito carismática. Ótimas risadas, naquela linha de piadas inteligentes que Leigh escreve com maestria.

A originalidade desse ponto de visto familiar é a grande chave para o sucesso da trama. O filme tem um ritmo próprio, que às vezes é lento, isso pode atrapalhar a conexão com alguns cinéfilos impacientes. Mas quem conseguir entrar de cabeça na história sairá do cinema leve e descontraído e falará dessa fita nas rodinhas cinéfilas.

Sem dúvidas é um longa, com a cara da Academia (Oscar). Baixo orçamento, atores experientes, que dão a dinâmica na medida certa para o andamento da história. Todos esses elementos poderiam ser brindados com algumas indicações, e sem querer ser exagerado, até para melhor filme, porque não?! Mas como sabemos, filmes de baixo orçamento geralmente só tem uma única vaga na lista dos 10 melhores, no ano em que podia concorrer, ficou com “Minhas Mães e meu Pai” (que é bastante super estimado pela mídia).

Dê uma chance a esse consultório carismático de um casal muito gente boa! Confira nos cinemas! 
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