O pequeno Harry Potter e a menina do binóculo em um ótimo
conto de fadas cinematográfico
O que fazer quando você perde tudo mas só tem pouca idade? Escrito
por Wes Anderson, Roman Coppola, “Moonrise Kingdom”, acima de tudo, é um
longa deveras inteligente. É uma história que não foca mas fala de amizade,
companheirismo, coragem e sobretudo de família. Entre muitos destaques, a
trilha sonora é entusiasmada e acaba virando um personagem coadjuvante em
muitas sequencias. A apresentação dos personagens é muito criativa, levando o
público a uma perspectiva diferente dessa peculiar narrativa.
Na trama, conhecemos Sam e Suzy dois jovens bem diferentes
que começam uma grande amizade e unem seus destinos na fuga de suas vidas sem
sentido. Um certo dia, essa pequena dupla resolve ir embora sem rastros,
deixando a cidade virada de cabeça pro alto à procura desses dois. Inicia-se
então uma grande busca organizada pelo chefe da polícia local (interpretado por
Bruce Willis) e pelo chefe dos
escoteiros (papel de Edward Norton),
sempre acompanhados dos pais complicados da menina e uma assistente social que
pousa na trama perto do desfecho. Assim, utilizando técnicas de escoteiros a todo
instante, a jovem e apaixonada dupla começa uma aventura de descobertas e
surpresas.
A pequena Suzie e seu inseparável binóculo (mais tarde
acompanhada também de um brinco de besouro e uma tesoura). Um esperto menino
que perdeu os pais a pouco tempo e se vê sem rumo em sua triste vida. Esses
dois destinos se encontram justamente por estarem, ou se sentirem, fora do
vinculo social existente na cidade. Sem amizades por perto, um enxerga no outro
uma razão para viverem juntos uma grande aventura.
O filme diverte, é pensado e executado de maneira inovadora,
bastante original. Uma marca desse grande diretor. Seus filmes parecem iguais
em sua essência, porém, cada um deles tem detalhes que os diferenciam. Menções
engraçadas e criativas a uma eminente tecnologia, a profundidade dos excêntricos
personagens, a narrativa esperta não deixando o público tirar os olhos da
telona são algumas boas razões para você conferir esse novo trabalho de
Anderson.
O espectador é apresentado a uma trama leve com pitadas de
humor inteligente, não chega a emocionar mas o sentimento trivial está contido
em cada diálogo dessa ótima fita. O novo trabalho do cineasta texano Wes Anderson vem forte para ser um dos
destaques do Festival do RJ de cinema desse ano.