A crise da burguesia, que vimos a todo instante no nosso
querido ensino médio, é o foco do último filme do cineasta francês Claude
Miller (Feliz que Minha Mãe Esteja Viva),
que faleceu no ano passado. Baseado na obra de François Mauriac e filmado em 21
dias, entre agosto e setembro de 2011, na região de Landes e em Bordeaux, Therese D. é a segunda adaptação
cinematográfica da história, a primeira versão, rodada em 1962, foi dirigida
por Georges Franju e estrelada por Emmanuelle Riva (Amor).
No drama, estrelado pela eterna Amelie Poulain, Audrey Tautou, voltamos ao ano de 1926 onde conhecemos
Therese Larroque que é filho de um rico proprietário que lhe arranja um
casamento com um representante da classe alta para unir as famílias e assim riquezas.
Nessa época onde o casamento era arranjado, após um tempo a personagem
principal começa a enlouquecer nessa relação e tentará se libertar de todas as
maneiras possíveis.
Com um orçamento que girou em torno dos U$$ 12 milhões, o
longa que fechou o último Festival de Cannes, foca na sociedade francesa na
década de 30. Seus valores, tradições conceitos são refletidos nas atitudes, às
vezes inconseqüentes, dos personagens. A
loucura toma conta das ações da protagonista que em atos desesperados planeja
ações psicóticas fruto de uma mente perturbada pelas imposições de seu tempo. A
personagem encontra-se a todo instante em conflito com as escolhas que tomaram
por ela.
A adaptação do roteiro foca claramente nos diálogos o que
deixa a trama principal um pouco de lado tornando o filme sonolento em alguns
instantes. Os personagens, longe de serem carismáticos, também não ajudam a
contar muito bem esse drama do século passado. Gilles Lellouche é o outro
protagonista, dando vida a Bernard Desqueyroux. O ator parece se perder no
personagem em muitas sequências o que atrapalha na interação com o público.
Em um ano com muitas produções de qualidade sendo lançadas, Therese D. corre o risco de não ser
notada.