03/08/2013

Crítica do filme: 'Praga'

Como curar um sofrimento provocado por duas pessoas casadas? Praga, o trabalho do diretor dinamarquês Ole Christian Madsen (Flammen & Citronen) é o retrato sobre um casamento em ruínas onde nenhuma das partes envolvidas é inocente. A direção é competente tentando encontrar formas diferentes de mostrar essa situação. O roteiro atrapalha a harmonia e cansa o espectador, transformando lindas imagens em um sonífero dos mais poderosos.

Na trama, acompanhamos o casal interpretado pelo astro dinamarquês Mads Mikkelsen e a atriz Stine Stengade (Flamen & Citronem) que viajam rumo a uma terra desconhecida por ambos, a princípio, para cuidar da papelada e resgatar o corpo do pai de um deles. Aos poucos vamos descobrindo segredos sobre esse tumultuado relacionamento, fato que leva os personagens a um clima de dor e desespero.

O sofrimento e a vontade de se torturar do personagem Christoffer (Mikkelsen) são escancarados na telona, provocando muita dor e angústia inflamados pelos diálogos calorosos com sua companheira Maja (Stengade). Os personagens vão ao limite de suas emoções, fica claro para o espectador. Porém, os atores que os interpretam parecem estar perdidos no meio da inconsequência emocional que se instaura. A tentativa de recriar a realidade vai por água abaixo quando há um descontrole dos atores sob os seus respectivos papéis.

O roteiro é o grande problema dessa película dinamarquesa. O objetivo dos personagens é perdido quando acontece a mudança de foco. A ida para Praga não era somente para buscar o corpo do pai, era para provocar um grande ultimato em um relacionamento doloroso que foi se construindo ao longos dos anos que passaram juntos. O filme explica essa mudança de maneira confusa o que dificulta a relação do espectador com a história.


Se encararmos como uma peça de teatro, o formato se encaixaria bem melhor. Dois atores em cena, diálogos intrigantes que chegam ao limite, poucos cenários e uma boa direção. No formato cinema, outros elementos são necessários e nesse caso, toda essa sustenção cinematográfica é terrivelmente executada. Uma pena.