Após o ano de 2012, com pelo menos três ótimos filmes no
currículo, o artista californiano Joseph Gordon-Levitt (Lincoln) resolve
ingressar na carreira de diretor apresentando o interessante drama Como
Não Perder essa Mulher. O roteiro - que também é escrito pelo Robin do
último filme de Christopher Nolan – fala com maturidade sobre a vida sexual de
um jovem, tema que em muitos outros filmes é tratado com descaso e ignorância,
principalmente pelos bobocas filmes pipocas hollywoodianos. O longa-metragem,
estimado em U$$ 6 Milhões, conta com as presenças marcantes de Julianne Moore (Carrie,
a Estranha) e da musa Scarlett Johansson (Hitchcock), ambas super
divertidas em seus respectivos papéis.
A comédia cult Como Não Perder Essa Mulher
acompanha Jon (Joseph Gordon-Levitt ), um clássico Don Juan dos dias de hoje
que vive intensamente sua juventude e seus filmes pornôs. Levando uma vida sem
relacionamentos sérios, consegue encontrar felicidade em simples movimentos
noturnos cotidianos. Um dia, em mais uma dessas noites regadas a bebidas e
mulheres, conhece Barbara (Scarlett Johansson), nascendo deste encontro uma paixão
avassaladora. Após os enormes conflitos que atrapalham esse relacionamento, Jon
conhece Esther (Julianne Moore) e a maturidade e os simples prazeres da vida são
vistos de outra forma por esse curioso personagem.
Não é fácil abordar o sexo no cinema. Um dos grandes méritos
de Gordon-Levitt e companhia é conseguir passar muita verdade e naturalidade
nos ótimos diálogos que o filme possui. A história a princípio parece bobinha e
seu personagem um eterno histrião. Porém, a cada nova sequência somos jogados e
postos a pensar sobre as atitudes imaturas desse protagonista que com certeza vai
dar o que falar no final da sessão. As coadjuvantes, já mencionadas no primeiro
parágrafo, elevam a qualidade da fita, sendo muito bem aproveitadas pelo ótimo
roteiro.
O filme é muito direto na hora de passar suas mensagens se
tornando dinâmico mas também um pouco repetitivo. O lado positivo é que essa
tática em chegar logo ao tema central da história, prende o público rapidamente
(ajudado pelo forte carisma dos personagens). O lado negativo é que perto do
fim da história percebemos que muitas mensagens se tornaram repetitivas e isso
pode gerar um certo desgosto do espectador que entender assim.
Uma curiosidade marcou a pré-produção deste projeto. Joseph
Gordon-Levitt escreveu o papel de Barbara especialmente para Scarlett Johansson.
Imaginem a felicidade do jovem artista quando a musa de Woody Allen – e porque
não dizer, de todos nós cinéfilos - concordou em estrelar o filme. Além disso,
o personagem principal era para ser interpretado por Channing Tatum, porém, o
diretor assumiu o posto alguns dias antes de começar a rodar o filme. Não é
todo dia que podemos contracenar com a Scarlett não é Sr. Gordon-Levitt?
Brincadeiras à parte, esse trabalho merece ser conferido por
todos os cinéfilos. Afinal, não é todo dia que somos brindados com argumentos
inteligentes e fáceis de entender sobre um tema que corre nosso imaginário
desde a juventude. Lembramos vagamente de Kinsey e outros tantos estudiosos da
área que tentaram surpreender o público em dezenas de publicações. Usar o
cinema para falar sobre o sexo desta forma madura é muito mais prazeroso para
todos nós.