Na linha tênue entre ser um média ou um longa-metragem,
chegou aos cinemas na semana passada o peculiar trabalho do cineasta Michael
Wahrmann, Avanti Popolo. Lento como
Barrichello, chato como o Bruno Mazzeo, entediante como Nicolas Cage, o projeto,
infelizmente, é o verdadeiro encontro entre nada e coisa nenhuma. O áudio
abafado, as faltas de contextos, sequências amarradas de maneira estranha
transformam o filme em uma experiência até certo ponto sensível mas
completamente maçante.
Na trama, acompanhamos uma história entre pai e filho, seus
problemas, suas distâncias, suas lembranças. Por meio do resgate de imagens
capturadas na antiga e famosa Super-8 captadas pelo seu irmão nos anos 70,
André (André Gatti) tenta se conectar com seu pai (Carlos Reichenbach), que há
30 anos espera seu filho desaparecido durante a ditadura militar.
É um tipo de cinema diferente, nada comercial. Sente-se
essência, alma mas não consegue transmitir o carisma necessário para boas
interações com o espectador. Nos sentimos em uma história jogada, particular,
sem nenhum vínculo de ajuda para entendermos melhor os breves mas profundos
diálogos. Avanti Popolo é um
daqueles filmes que precisamos fazer uso da sinopse oficial para entendermos a
história.
Algumas imagens de arquivo, as relíquias encontradas dentro
da casa, o inusitado fato de não poder subir as escadas da casa, esses e outros
elementos interessantes deveriam ter sido melhor utilizados pelas lentes de
Wahrmann. O maior exemplo, fica na curiosa câmera posicionada imóvel sobre
alguma mesa, na sala de estar da casa, dando um ar estilo Big Brother
nostálgico as sequências, muitas dessas dizem nada com coisa nenhuma. Sem ter
muito mais a dizer, Avanti Popolo é
um filme feito para alguém específico, menos para o público.