Como fazer um filme bom baseado em um desenho que marcou uma
legião de fãs no mundo todo? Com muita pizza, cenas de ação e um roteiro
escrito para o público mais jovem, o diretor Jonathan Liebesman teve a difícil
tarefa de comandar o mais novo blockbuster dos cinemas, As Tartarugas Ninjas. O filme é uma espécie de Transformers
misturado com a mentiradas de James Bond e Cia. É o típico cinema pipocão
norte-americano, repleto de clichês por todas as sequências. O que salva, é um
pouco do carisma das famosas tartaruguinhas que nesse filme parecem mais
lutadores de UFC.
Na trama, a cidade de Nova Iorque está dominada em sua
plenitude pelas ondas de crime de todos os tipos, comandados pelo vilão
Destruidor. Assim, quatro irmãos tartarugas, frutos de uma experiência
genética, batizados com nomes de grandes italianos da história, saem do esgoto
onde vivem e começam a lutar contra esse terrível oponente. Para tal, contam
com a ajuda da atraente repórter April O’Neil.
O uso excessivo de efeitos especiais tenta preencher a fraca
história que foi escrita, quase uma marca em muitos filmes produzidos pelo
Michael Bay. Os milhares de fãs devem gostar das sequências de ações mas vão
sentir falta de uma trama mais envolvente que realmente prenda a atenção do
público. Foi perdida uma grande oportunidade de realizar um filme que ficaria
na memória dos fãs.
O filme não esconde sua proposta, em ser mais um blockbuster
entre tantos outros lançados anualmente por Hollywood, desde seu início. Mestre
Splinter, por exemplo, é um personagem forte e complexo que aparece tão pouco e
tinha muito a acrescentar, perde espaço no roteiro que foi totalmente moldado
para o público mais jovem.
A maior qualidade de muitos blockbusters lançados esse ano
foi a de tentar inovar, arriscar em meio aos clichês que contém nesses tipos de
filmes. As Tartarugas Ninjas insiste
no feijão com arroz. Cabe aos fãs decidirem se a persistência é o caminho do
êxito, ou não.