Quando há dúvidas sobre o amor, vale a pena lutar contra
tudo e arriscar? Rodado nas lindas paisagens da Jordânia, o novo filme de Cherien
Dabis, mostra conflitos familiares por conta de tradições e inseguranças. A
história tenta ser convincente trazendo luz à problemas e preconceitos de uma
sociedade eternamente em conflito com o restante do mundo. Os clichês que estão contidos em muitas cenas
podem atrapalhar certos olhos cinéfilos rigorosos mas como um todo, o filme se
torna convincente na hora de transmitir a mensagem que queria.
Na trama, conhecemos a belíssima May (Cherien Dabis, que
também assina a direção), uma escritora que não escreve faz um tempo e chega em
Amã, na Jordânia, onde nasceu e foi criada, para casar com o professor palestino
Ziad. Chegando lá, precisa encarar a imaturidade de suas irmãs, a mãe católica que
não aprova o casamento de May com um muçulmano e o distante pai que resolve se
tornar presente.
Obviamente, a história toda se passa aos olhos de May. Mas,
quem rouba as cenas são alguns coadjuvantes. Nadine (interpretada pela
maravilhosa atriz israelense Hiam Abbass), a mãe da protagonista, é uma
personagem forte que consegue passar ao público uma visão diferenciada sobre os
conflitos pessoais com a filha. O pai da noiva, interpretado pelo incansável
Bill Pullman, é uma peça do roteiro usada para todas as cenas de clichês que
contém no filme, mesmo assim se torna eficiente pois consegue preencher todas
as lacunas para suas atitudes com sua família no passado.
Em aproximadamente 100 minutos, O Casamento de May fala sobre homossexualismo, conflitos religiosos,
inseguranças e família. A história se sustenta em uma linha tênue entre
sequências muito inteligentes e clichês dignos de filmes chatinhos da terra do
Tio Sam. Inacreditavelmente, esse equilíbrio acaba sendo atraente e o filme se
torna interessante com o decorrer da história. O projeto, não prende a atenção
como podia mas está longe de ser um filme ruim, pelo contrário, é um filme que
vale a pena conferir.