Depois do temporal, vem a calmaria. Lembra dessa frase?
Depois de dirigir o chatíssimo Premonição
V, o diretor Steve Quale embarca em um projeto cheio de rajadas de ventos,
personagens sem carisma, clichês das antigas que gera altas doses de sono. No Olho do Tornado tem efeitos
especiais bem legais, até alguns lances de destruição impressionantes (estilo Michael
Bay de destruir cenários) mas nada, absolutamente nada, consegue melhorar a
fraca história. Outro ponto negativo é o uso de 2D apenas. Esse filme é para
ser visto com o óculos 3D grudados nos olhos do espectador (a cabine de
imprensa no RJ pelo menos foi em 2D).
Na trama, conhecemos alguns caçadores de tornados. Sim, isso
mesmo: pessoas que vivem andando em bando para capturar imagens inéditas dessa
força da natureza. Certo dia, após várias investidas que não deram certo,
acabam parando em uma cidadezinha que vira alvo do epicentro de um tornado de
força 5, um daqueles jamais vistos. Nessa cidade mora o professor Gary (Richard
Armitage, o Thorin da saga ‘O Hobbit’) e seus dois filhos que precisam se unir
aos caçadores de tornados para juntos tentarem sobreviver em meio ao caos que
vira a cidade.
Quando a gente pensa em tornado, cinefilamente falando,
lembramos logo do ótimo Twister (1996).
E como no cinema sempre analisamos filmes que se parecem, é até vergonhoso
querer comparar o filme dos anos 90 com esse de 2014. Vamos apenas dizer que No Olho Tornado é um parente bem, mas
muito bem distante do eletrizante filme protagonizado por Helen Hunt e Bill
Paxton. O roteiro compromete muito. Os personagens não conseguem prender a
atenção do público e as subtramas criadas (casal de jovens apaixonados presos
nas ferragens, falecimentos com ações heroicas, viúvo e pai linha dura, etc...)
não convencem, parecem artificiais ou fantasiosas demais.
Pra quem gosta muito
de filmes de ação, esse trabalho pode incomodar menos. Da maneira como foi
filmado, deveria somente ter cópias em 3D, isso ajudaria um pouco pois o ponto
alto do filme é exatamente os efeitos especiais. Essa produção deve passar na
tela quente ou na temperatura máxima muito em breve. É o tipo de passatempo
cinematográfico que pode receber vários tipos de edição das televisões, com
dublagem até do vento. Tem filmes
melhores em cartaz, bem melhores.